Só quem não tem é que sabe dar o valor. É uma frase muito usada mas tão verdade. É por isso que defendo a homenagem no presente, no agora.
Nos tempos difíceis que temos vivido por aqui há valores que não podemos esquecer. O amor de mãe é um valor único…especial.
Aproxima-se o dia da Mãe e é em momentos difíceis como os que tenho vivido com a Concha que damos valor às coisas simples mas cheias de significado.
Tive uma vida cheia de emoções, umas altas outras menos positivas, mas a emoção mais forte e da qual me orgulho foi ser mãe.
E é imbuída desse espírito que vos proponho uma homenagem às mães que não tem nada a ver com compras e consumismos à pressa em grandes centros comerciais.
Este ano preparem às vossas mães uma refeição especial…preparada por vocês…e que se quiserem pode começar de manhã e prolongar-se pelo dia até ao lanche! Façam um brunch!
E é tão simples! Não é preciso gastar uma fortuna! Prepare este brunch em casa com o que tem e com aquilo que a sua mãe mais gosta!
Para vos inspirar, partilho convosco aquilo que coloco na mesa para o meu brunch favorito:
-torradas
-pão com doce (doce de figo caseiro por exemplo)
-sumo de laranja (expremido na hora de preferência)
-fruta fresca ( dê preferência à fruta da época, descasque para estar pronta a comer)
-bolinhos caseiros ( pode usar estas receitas: bolo de chocolate, muffins integrais)
-salgados (não coloquei na mesa mas costumo ter quiche)
- queijos
Um bom brunch não vive só do que come. Vive também e muito da forma como tudo é apresentado. Nada como "embrulhar" todas as delícias que preparar numa mesa bem-posta, no exterior (quem tiver varanda ou espaço exterior) ou no interior.
Uma mesa apelativa demonstra carinho e atenção e a sua mãe vai adorar! Use uma bonita toalha, tire os guardanapos de pano das gavetas e dê-lhes uso! Vá ao aparador ou louceiro e tire de lá a loiça que não costuma usar. Não se esqueça de um cartão...é um simples gesto mas tão cheio de significado. Depois de tudo isto ... voilá! Pode ir acordar a mãe da casa!
Uma surpresa e homenagem que reúne à mesa mães e filhos e proporciona um convívio familiar único…Experimente e repita… Dia da Mãe é quando nós quisermos! Ou como diria Carlos Drummond de Andrade mãe deveria ser para sempre.
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
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