Potência, boa autonomia e design moderno são atributos que fazem do primeiro 100% elétrico da Ford uma opção bem interessante.
O meu primeiro contacto com o Ford Mustang Mach-e aconteceu em julho de 2021 por ocasião do seu lançamento em Portugal. Conduzi-o durante algumas horas, as necessárias para realizar uma peça para o Volante. Em linhas gerais, o balanço revelou-se positivo, mas faltava-me a experiência do dia-a-dia para retirar conclusões mais completas e avaliar mais em pormenor o seu comportamento, principalmente no que diz respeito a autonomia e carregamentos.
O primeiro contacto com o Ford Mustang Mach-e no Volante
Apesar de ter quase dois anos de vida, o Ford Mustang Mach-e continua a ser um carro que não passa despercebido, principalmente devido ao seu design moderno e aparência imponente. É um carro que desperta as atenções e ainda são muitos os que não escondem a sua admiração ao perceber que este Mustang é um SUV e ainda por cima é 100% elétrico.
Durante três dias conduzi o Mach-e na versão 4X AWD, equipada com dois motores elétricos e um total de 351cv de potência, tração integral, bateria de 98,7kWh e uma autonomia anunciada de 540km em ciclo WLTP. Com um binário de 580Nm, disponíveis a qualquer momento, acelera dos 0 aos 100km/h em apenas 5,1 segundos. Impressionante se tivermos em conta que pesa mais de duas toneladas.
Tecnologia é coisa que não falta e isso percebe-se mal nos aproximamos das portas, que não têm os tradicionais puxadores e podem ser destrancadas através de um código. Muito útil para quando nos esquecemos da chave. No interior, salta de imediato à vista o grande ecrã tátil vertical de 15,5 polegadas. Da navegação à climatização, da carga da bateria ao sistema de áudio, quase tudo pode ser controlado a partir do ecrã, em menus intuitivos e de fácil utilização. A seleção dos modos de condução também está disponível através do ecrã tátil, assim como outras configurações do veículo.
No que diz respeito a conforto e acabamentos, o Mach-e não desilude. Oferece bons materiais, plásticos bem agradáveis ao toque. Os bancos são cómodos, têm um bom apoio, e não é difícil encontrar a posição de condução mais adequada a cada utilizador. O interior é espaçoso, tanto à frente como nos lugares traseiros. No que diz respeito à bagageira, tem uma capacidade de 402 litros. Por baixo do capot temos ainda um compartimento de 80 litros, perfeito para guardar os cabos de carregamento.
Conduzir um carro elétrico é, por norma, uma experiência silenciosa e o Mustang Mach-e não é exceção. Porém, estão disponíveis três tipos de sons artificiais consoante o modo de condução. No modo Untamed o som aumenta de volume à medida que aumenta a velocidade, tenta assemelhar-se ao som de um motor V8, mas logicamente que não é a mesma coisa.
Ao volante do Ford Mustang Mach-e GT
O Mustang Mach-e é um carro ágil em cidade, mas sem dúvida de que o seu habitat natural é a estrada. Curva bastante bem, mostra boa estabilidade e agarra-se bem à estrada, até porque é importante não esquecer o peso das baterias alojadas no solo do veículo. A direção é rápida e precisa, coloca o carro exatamente onde desejamos.
Em matéria de autonomia, este Mach-e não se porta nada mal e numa condução mista, com cidade, estrada e mesmo auto-estrada, consegue aproximar-se dos 500km, o que não é nada mau e não nos deixa ansiosos mesmo em viagens mais longas. É claro que tudo depende, e muito, do nosso estilo de condução.
Quanto aos tempos de carregamento, numa wallbox de 11kW precisamos de cerca de nove horas para obtermos a carga completa. Caso tenhamos acesso a um posto de carregamento rápido podemos passar dos 10% aos 80% em apenas 45 minutos.
A versão ensaiada tem um preço de €79 507