Num dia mau, Lyndsi Johnson pode desmaiar até 10 vezes por dia. A jovem de 28 anos, de Bangor, uma cidade no Maine (EUA), não consegue manter-se em pé durante mais de três minutos e depende do marido para fazer tarefas básicas. Inclusive, passa até 23 horas deitada na cama todos os dias.
Lynsi, que trabalhou como mecânica na Marinha, foi diagnosticada com Síndrome de Taquicardia Postural (POTS) no início deste ano, depois de dois anos entre médicos à procura de respostas. Mas os sintomas começaram muito antes: em outubro de 2015, quando estava a servir no exterior, começou a sofrer de dores abdominais e nas costas.
Em maio de 2018, a jovem foi dispensada da Marinha por motivos de saúde depois dos sintomas piorarem e os médicos não conseguirem um diagnóstico. Mais tarde, no mesmo ano, as dores pioraram e começou a vomitar regularmente. “Foi tão mau que eu estava a gritar de dor”, disse, citada pelo Daily Mail.
A certa altura, os médicos atribuíram os seus sintomas a ataques de ansiedade. A sua condição piorou ainda mais quando desmaiou no elevador de um hospital em outubro de 2020. “Foi realmente assustador. Os meus desmaios pioraram a partir daí. Estava a desmaiar em todos os lugares – eu fazia compras no supermercado e tinha que me sentar porque sentia-me fraca, ou no ginásio. Eu até desmaiei depois do meu cão ladrar”, recordou.
Foi então que, finalmente, em fevereiro deste ano, um médico recomendou que fizesse um teste de inclinação especificamente para POTS, que envolve deitar o paciente numa mesa especialmente projetada que gradualmente se inclina até que a pessoa esteja na posição vertical, enquanto os médicos medem a sua frequência cardíaca.
Viver com a doença
POTS, uma condição incapacitaste que se caracteriza pelo aumento anormal e rápido da frequência cardíaca desencadeado por ficar em pé ou sentado e pode causar tontura ou desmaio como resultado, é diagnosticada quando a frequência cardíaca aumenta 30 batimentos por minuto acima do nível normal de repouso para essa pessoa durante mais de 30 segundos, juntamente com os sintomas como tontura ou desmaio.
“Sou alérgica à gravidade – parece loucura, mas é verdade. Não consigo ficar de pé durante mais de três minutos sem me sentir fraca, doente ou desmaiar. Estou na cama o dia todo – por até 23 horas por dia”, contou.
De acordo com a publicação, “quando nos levantamos, a gravidade naturalmente puxa um pouco do nosso sangue para a barriga, mãos e pés. Normalmente, uma resposta corporal automática compensa essa mudança com um leve aumento na frequência cardíaca para manter o fluxo sanguíneo normal. No entanto, para quem sofre de POTS essa resposta não é acionada corretamente e a sua frequência cardíaca aumenta rapidamente em resposta à mudança repentina na pressão arterial, levando a náuseas, tonturas e até desmaios. Embora não seja tecnicamente uma alergia, que é uma reação exagerada a uma substância pelo sistema imunológico do corpo, algumas pessoas que vivem com a doença veem-na como uma [alergia]”.
Lyndsi Johnson – que tem uma conta no TikTok onde fala sobre o assunto – depende completamente do seu marido. “Nunca pensei que aos 28 anos teria que usar uma cadeira de banho. Já não posso sair de casa. Não há cura, mas sou muito grata pelo James e pelo que tenho”, afirmou.
Agora, a jovem esta a receber tratamento e já reduziu os desmaios de 10 para três vezes por dia e ajudou com a náusea. Porém, a doença teve um grande impacto na sua vida e saúde mental. “É realmente debilitante. Não posso fazer as tarefas e o James tem que cozinhar, limpar e ajudar-me a tomar banho. Passei semanas sem escovar os dentes porque isso faz-me sentir horrível“, explicou.
“Se estou deitada, sinto bem-me, mas assim que me levanto fico tonta e desmaio”, acrescentou.