Isabel Jacinto tinha quase três anos quando foi encontrada por um grupo de tropas portuguesas no meio do mato na Guerra Colonial em 1965 e é apelidada de “Batata Doce”.
Para Isabel, Manuel Cândido, o homem que cuidou de si quando encontrada, é uma pessoa muito especial: “É um homem que gostava muito que eu tivesse sido filha dele”.
Isabel refere que ia com uma tia e outra criança quando ouviram as tropas e fugiram para o meio do mato. Ela ia dentro de um pano, este caiu e Isabel foi deixada no caminho à frente dos militares.
“O Alferes Araújo disse que eu tinha um sorriso que iluminei aqueles homens todos”
A pedido do tio de Isabel, que estava preso no acampamento dos militares, o Comandante Manuel Junqueiro trouxe-a para Portugal ao fim de 8 meses e cuidou dela, onde a inseriu na família.
Em 2017, aos 52 anos, voltou a reencontrar a família em Angola: “Chegar àquela terra foi inesquecível”.
O reencontro com a tia aconteceu. Depois de algumas tentativas para saber da sobrinha, quando a viu fez apenas um pedido “monta-te às minhas costas para eu sentir o peso que eu perdi 50 anos”, já Isabel agradeceu por a ter deixado no mato.
Isabel foi à “Casa Feliz” fazer Caril de Caranguejo, uma receita que faz no seu Restaurante “Batata Doce”.