Paulo Bento foi pela primeira vez à televisão partilhar a sua experiência enquanto recluso numa prisão.
“Cumpri 20 anos de reclusão por homicídio por um crime que eu não cometi” – revela Paulo, afirmando que entrou com 24 anos para a prisão e teve dois dias fechado, a chorar por ter medo até da sua própria sombra.
Paulo revela que o advogado sempre lhe disse para assumir o crime, para assim poder sair do estabelecimento prisional, mas ele nunca o fez e afirma: “Eu tentei o suicídio duas vezes”.
“Aquilo é um barril de pólvora” – diz Paulo, revelando que teve muitos desacatos e em 20 anos de recluso nunca teve uma consulta de psicologia ou psiquiatria. O pai de Paulo ia visitá-lo, mas o seu sofrimento incomodava o ex-recluso. Suspendeu as visitas durante 15 anos e nesse tempo, perdeu o pai: “Eu suspendi a minha vida”.
“Nós lá dentro somos gado”
“Eu não estava preparado para ser reintegrado em sociedade” – revela Paulo, afirmando que muitas vezes tinha vontade de “voltar lá para dentro” porque se sentia seguro e que durante os primeiros três meses, ninguém lhe deu emprego.