Susana Silveira foi uma menina, como tantas outras, que cresceu protegida pela família e sem grandes preocupações. Nasceu no seio da comunidade cigana e é a mais velha de 4 irmãos. Apesar das boas recordações da escola, recorda que em criança encontrou uma definição de ‘cigano’, no dicionário da Língua Portuguesa, que a deixou muito magoada: “Traficante, trapaceiro e bárbaro“, refere.
Um estereótipo negativo carregado de discriminação que tem acompanhado a vida de Susana, mas que não a impede de se orgulhar das suas raízes. Casada e com dois filhos, revela que já passou por muitos episódios diários de discriminação por ser cigana, e os mais pequenos também não escaparam ao preconceito. Susana conta que a filha já foi vítima de discriminação por parte da própria professora e que esta não sofreu qualquer tipo de consequências.
Apesar dos obstáculos que tem enfrentado, a vontade de mudar mentalidades levou-a a criar uma Associação para defender os direitos das mulheres ciganas e combater a discriminação racial.