Mimicat também foi convidada de Carolina Patrocínio no programa da SIC Mulher What’s Up! TV desta sexta-feira, 4 de março, e falou sobre a carreira e empoderamento feminino.
“Acho que foi um bocadinho por falta de opção. Eu cantava tanto em casa e gostava tanto de música que os meus pais quase se viram obrigados a fazer qualquer coisa, já não conseguiam ignorar. Então, gravei o primeiro disco aos nove anos”, começou por contar e acrescentou: “Depois gravei outro aos 15 que não dei continuidade, porque entrei na fase da adolescência e achei que devia ser uma adolescente normal e ter uma vida normal. Pedi aos meus pais uma pausa, mas não durou muito tempo, porque depois aos 18 entrei para The Casino Royal e fiz parte da banda até sair para fazer o meu projeto que lancei depois em 2014 como Mimicat”.
“Eu continuo sempre em construção mas, com o tempo e amadurecimento, fui-me apercebendo de que nós é que impomos os nossos próprios limites. Eu, por exemplo, achava que não sabia compor canções, que não sabia tocar piano o suficiente para compor canções e foi um amigo meu, um homem, que trabalhou comigo no meu primeiro disco, que me disse ‘tu sabes, tu só achas que não sabes’. E a partir daí pensei ‘realmente eu sei'”, revelou.
“Às vezes é preciso um desbloqueador e a coisa aconteceu um bocadinho assim. A partir daí, fui ganhando confiança para fazer as coisas, fui eu que catapultei a minha própria carreira, ninguém me deu nada. Acredito que há mulheres que se auto-superam por perceberem que as barreiras somos nós que as impomos muitas vezes”, conluiu.
Depois, Carolina Patrocínio perguntou: “Em algum momento da tua carreira sentiste que essas inseguranças te balizaram nos objetivos que querias?”.
Mimicat respondeu o seguinte: “Sim, claramente. Do primeiro para o segundo disco, eu achei que tinha de perder imenso peso e ter uma imagem mais apurada. Hoje em dia não acredito naquilo que acreditava na altura, no sentido de que a imagem saudável não é necessariamente a imagem que nos vendem. Só percebi isso mais tarde”.
“Acho que estas inseguranças nos deixam sempre incapacitadas a um certo nível, até que nós percebamos que de facto não fazem sentido. Felizmente estou inserida num meio em que cada vez mais noto as mulheres unidas”, finalizou.