Iryna Shev foi uma das convidadas do programa da SIC Mulher What’s Up! TV desta sexta-feira, 14 de abril.
A jornalista da SIC nasceu na Ucrânia e veio viver para Portugal quando tinha 10 anos. “Esta história não é nada romântica… Os anos 90 foram uns anos muito complicados naquela zona do globo, no leste da Europa, na Ucrânia inclusive, por causa da queda da União Soviética (…) Era muito difícil garantir a segurança e estabilidade da família naquela altura no seu próprio país. Aquela migração foi mesmo económica, por necessidade, para Portugal, Espanha e Itália, porque estes três países estavam numa fase de desenvolvimento. Então, tinham a facilidade de vistos para quem vinha daquela zona da Europa. Portanto, foi só por isso. E Portugal mais do que Espanha e Itália, porque ficava mais longe da Rússia“, contou a Carolina Patrocínio.
“Pertenço aos dois sítios, tenho a sorte de poder ter duas casas, dois países, duas paixões (…) Eu defendo Portugal com unhas e dentes se for preciso, tal como defendo a Ucrânia. As pessoas que vivem cá, como eu, que têm esta sorte de ter duas nacionalidades, fazem parte de Portugal. Não podem ser postas de parte como alguns partidos políticos por exemplo estão a tentar fazer”, afirmou.
Aumento dos preços: a culpa é da guerra na Ucrânia? “Não”!
Por fim, Iryna Shev quis deixar uma importante mensagem: “Nós podemo-nos queixar porque as coisas estão muito caras… É verdade, as coisas em Portugal estão muito complicadas e a primeira tendência é dizer ‘a culpa é da guerra na Ucrânia’. A forma como dizemos as coisas influencia muito, porque a culpa não é da guerra na Ucrânia, a culpa é da Rússia que invadiu a Ucrânia e às vezes essas desculpas só servem para nós mascarados a ineficiência dos nossos próprios políticos, que é uma desculpa fácil”.
“Acho que a Ucrânia e os ucranianos conseguiram mostrar ao mundo que valem muito mais do que a credibilidade que o mundo dava à Ucrânia. Achavam que Ucrânia e Rússia eram a mesma coisa e já todos percebemos que não”, concluiu.
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