O caso está a chocar o Brasil e com o nome de Klara Castanho a tornar-se viral no Twitter. A atriz de 21 anos contou uma história inédita e chocante, mas não porque quis…
Tudo começou quando, durante um vídeo nas redes sociais, a atriz Antonia Fontenelle revelou, sem citar nomes, que uma atriz da Globo tinha engravidado e dado o filho para adoção. “Pediu que o hospital apagasse a entrada dela no hospital e pediu que nem queria ver o filho. A coisa que mais me doeu foi: cadê essa criança?”, disse num tom acusatório e de julgamento. A informação viria do famoso colunista social, Leo Dias.
A situação foi suficiente para lançar um rastilho surgindo rumores que rapidamente chegaram ao nome de Klara Castanho, de 21 anos. Com comentários graves, muita pressão, a jovem atriz foi obrigada a falar contando a sua história explosiva que, afinal, ninguém conhecia. Tudo através de um comunicado.
“Obrigou-me a ouvir o coração da criança”
“Este é o relato mais difícil da minha vida”, começa por escrever a atriz. Numa outra cidade, longe de família, amigos e sozinha, Klara foi violada. Não apresentou queixa por vergonha e culpa. “Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, pois algo morreu em mim(…)“Tive a ilusão de que se fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu”, constata.
Depois de ter tomado a pílula do dia seguinte, tentou retomar a sua vida, mas descobriu meses mais tarde que engravidou da violação. “Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando soube”. A experiência que teve junto do médico não poderia ter sido pior. “Não teve nenhuma empatia por mim. Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo”, contou.
“Ainda estava tentado juntar os cacos quando tive de lidar com a informação de ter um bebé. Um bebé fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter”, sublinhou Klara Castanho.
A ameaça depois de ter dado à luz
O parto aconteceu poucos dias depois de saber que estava grávida. Mediante ponderação, o bebé foi dado para a adoção. “Tomei a atitude que considero mais digna e humana”., disse antes de explicar qe o processo exigia o sigilo da criança e da mãe biológica.
Ainda no bloco, após o parto, Klara foi ameaçada por uma enfermeira. “Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história’” . Quando chegou ao quarto já tinha mensagens da imprensa. “Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que estava sentindo”.
Pediu que nada fosse publicado e assim aconteceu, por enquanto. Klara não esqueceu a falta de compromisso da instituição de saúde. “Os profissionais que deviam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm o dever legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança“, afirma.
A notícia acabaria por sair na imprensa – Leo Dias já pediu desculpas depois de uma avalanche de críticas- e dadas as incongruências e mentiras da história, Klara Castanho não teve outra opção que não contar tudo sobre o processo traumático.
“Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensado em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam”, explicou, numa declaração que recebeu mais de 7 milhões de likes no Instagram.
A contar com o apoio da família, a atriz quer resguardar-se. Horas depois recebeu uma onda apoio de várias celebridades como Paolla Oliveira, Giovanna Antonelli, Camila Pitanga e Taís Araujo. Em 2021, no Brasil, acontece uma violação a cada dez minutos, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicados a 7 de março deste ano.