Zulmira Ferreira esteve esta quinta-feira, 19 de janeiro, à conversa com Júlia Pinheiro no programa das tardes da SIC, onde deu vários detalhes sobre a morte do filho. Recorde-se que Eddie Ferrer, nome pelo qual era conhecido no meio artístico, morreu no dia 19 de novembro do ano passado, aos 42 anos.
A comentadora do programa ‘Passadeira Vermelha’ só soube do paradeiro do filho quatro dias depois deste ter deixado de dar notícias. Recorde-se de que o Dj se preparava para rumar ao Qatar, onde iria atuar a propósito do campeonato do mundo do futebol. Fez escala em Istambul, na Turquia, e “foi no aeroporto que ele se sentiu mal”.
“Só me disseram que tinha tido um aneurisma, mas que estava estável. Não foi tratado. Eles esperaram que eu chegasse para pagar a cirurgia que ele precisava de fazer. O hospital tinha a informação toda, documentos, tudo. Nem é negligência, é uma coisa bizarra mesmo. Cruel“, disse.
“Tive de pagar 26 mil euros para que ele fosse operado”
Zulmira Ferreira pagou 26 mil euros pela cirurgia do filho: “Vou para o hospital já com um tradutor contratado. Levou-nos para o hospital e quando cheguei nem queria acreditar. Era uma clínica pequenina, um ambulatório, um centro de saúde. O meu filho estava sedado. Não era o sítio certo. Tentei transferi-lo para um hospital americano e eles não deixaram, que o Eduardo corria risco de vida e não podia sair dali”.
“A cirurgia seria às 14h depois de ter pago, passou para as 16h, depois para as 17h, depois para as 18h. Qual não é o meu espanto quando vejo o meu filho a sair para uma ambulância para outro hospital do mesmo grupo. Foi 1h30 no trânsito. Não foi médico nenhum na ambulância. Acaba a cirugia e vem novamente quase 2 horas para a outra clínica”, continuou e revelou: “Eles não davam notícias enquanto não recebessem o cachet da operação”, contou.
Zulmira Ferreira acusa o hospital de negligência médica: “O meu filho foi assassinado”
“Por isso é que digo e não tenho medo nenhum de dizer. O meu filho foi assassinado”, afirmou Zulmira Ferreira e Júlia Pinheiro reagiu: “São duras mas acho que são essas as palavras”.
A comentadora do programa ‘Passadeira Vermelha’ ainda viu o filho acordado após a cirurgia. “Disseram que a cirurgia tinha corrido bem, que provavelmente não teria sequelas, poderia ficar apenas com um problema na vista. Na manhã seguinte fomos visitá-lo aos cuidados intensivos e estavam a tirá-lo da sedação. Foi um acordar muito agitado. Percebi que alguma coisa estava ali mal, mas ele sentiu-nos, porque ele chorou quando nós falámos. Sentiu a minha voz e a da Maria [Rocha] (…) Na madrugada ligaram-nos para irmos urgentemente para o hospital, percebi que algo de grave se passou e foi. O meu filho partiu”.
Zulmira Ferreira acusa o hospital de negligência e garante: “Tenho os relatórios todos, as conversas todas gravadas, as contradições todas”.
“Acho que não se faz isso em país nenhum. Vi o meu filho no chão da morgue“
“A maneira como trataram o meu filho… É indescritível. A maneira como vi o meu filho… Acho que não se faz isso em país nenhum. Vi o meu filho no chão da morgue, é uma coisa que não tem explicação. Foi a última vez que eu o vi“, concluiu e explicou: “Não quis autópsia. Só queria trazê-lo… Ele ainda estava lá agora de certeza se quisesse ter feito a autópsia”.
Por fim, Zulmira Ferreira desabafou: “À medida que os dias vão passando, para mim vai sendo mais difícil. O Eduardo viajava muito e dou comigo a pensar que ele está numa dessas viagens e vai voltar”.