Famílias e empresas sentem os elevados preços da energia e matérias-primas. Gás e eletricidade aumentaram na União Europeia perante a guerra na Ucrânia. Como podem os portugueses poupar? Trazemos-lhe sete dicas.
Como é calculado o preço da eletricidade? Este não é um valor arbitrário e rege-se por um total de oito componentes importantes que afetam a sua fatura:
- Potência Contratada
- Consumo
- Custo de comercialização
- Tarifas de Acesso às redes
- Contribuição Audiovisual (CAV)
- Imposto Especial de Consumo de Eletricidade (IEC)
- Taxa de Exploração da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)
- IVA
Como Poupar Na Energia?
Escolher a melhor tarifa/oferta do mercado e, por consequência, a mais indicada para o seu caso em específico é o melhor a fazer quando chega o momento de refletir sobre o tema da energia, seja eletricidade ou gás.
Ainda assim, existem algumas medidas a ter em conta que ajudam a reduzir o valor da fatura ao final do mês.
1. Avalie a potência contratada
Em Portugal, ainda há muitas famílias que não analisam com atenção as suas faturas de consumo de eletricidade. É certo que pode não ser uma tarefa fácil, mas com ajuda poderá rapidamente perceber quanto e como consome. O facto de se contratar uma potência contratada muito acima das suas reais necessidades é um dos fatores que mais determina quanto paga de luz no final do mês (nota importante: a potência mínima é, muitas vezes, mais do que suficiente).
2. Reveja a decoração para poupar energia
É certo que há menos horas de luz durante o inverno, mas ainda assim há várias formas de tirar o máximo partido da luz natural. Mantenha as persianas ou estores abertos enquanto houver luz.
Paredes brancas, por exemplo, fazem com que se beneficie do efeito multiplicador da iluminação natural. A disposição dos móveis e da decoração, por exemplo, também é importante na medida em que ajudam a refletir a luz pelo resto da divisão.
3. Atenção aos consumos “fantasma” de energia
O modo de standby é um dos grandes responsáveis pelo consumo de energia, mas como se trata de um consumo invisível é muitas vezes esquecido. As televisões, boxes e tomadas ficam muitas vezes em standby para poderem retomar rapidamente o seu funcionamento, mas, na verdade, tal não é necessário, especialmente durante a noite.
4. Cuidado com os eletrodomésticos, especialmente os de maior consumo
Já verificou a que classe energética pertencem os seus eletrodomésticos? Poderão não ser os mais eficientes. Os equipamentos com bom desempenho energético inserem-se na classificação A (sendo que a escala desta classificação vai de A a G). Caso ainda não tenha pensado nisso, faça uma ronda pelos seus eletrodomésticos e confirme.
Assim, quando precisar de substituir um equipamento, procure sempre por aqueles que se inserem na classificação A ou B. Ainda que o custo inicial possa ser superior, acaba por compensar porque não consomem tanta energia, e exercem um impacto ambiental menor.
5. Troque as lâmpadas
Esta é uma ideia luminosa que ainda não está em todas as casas portuguesas. Sabia que as lâmpadas LED consomem menos 80% do que as tradicionais? Além disso, têm uma vida útil até 50.000 horas, ou 25 anos, o que é uma duração muito superior às convencionais.
Ainda, as lâmpadas LED são amigas do ambiente, pelo que optar por este sistema de iluminação ajuda a reduzir a sua pegada ecológica. Todos ganham: a carteira, o ambiente e a saúde.
6. Reduza a temperatura em 1º C
Se tiver de utilizar o ar condicionado ou o aquecimento central, há alguns aspetos a considerar para que o uso seja o mais otimizado possível.
Em primeiro lugar, mantenha a temperatura entre 19 e 21º C no inverno e entre 22 e 24ºC no verão. Os graus extra podem significar um aumento muito expressivo na conta e, na verdade, não precisa de andar só em t-shirt no inverno ou com casaco no verão.
7. Verifique se compensa instalar painéis solares
Aproveitar o calor do sol pode ser uma boa forma de poupar energia. Peça simulações a vários operadores para conhecer as vantagens, para o seu caso em específico. Pode optar pela instalação de painéis solares de aquecimento de água ou de produção de energia.
Há alguns anos, ter um painel solar era muito caro e envolvia instalações complexas e licenças do Estado. Atualmente, os preços são mais acessíveis e o processo mais facilitado, pelo que o investimento pode compensar.
Mercado Livre ou Regulado?
A verdade é que não existe uma resposta universal que diga respeito a todos os casos em Portugal. A principal diferença entre os dois mercados está naturalmente relacionada com a entidade final responsável pela definição de preços e, consequentemente, com o valor em si.
O mercado livre, como indica o próprio nome si, é um mercado onde as comercializadoras de energia são livres para aplicar os preços que melhor entenderem de forma a conseguirem as melhores condições e a melhor qualidade possível no serviço. Ainda assim, este não é uma ‘luta sem regras’ dado que existe a regulamentação legal das regras da concorrência.
Por sua vez, no que diz respeito ao mercado regulado, não existe liberdade e/ou autonomia para as comercializadoras definirem os preços a aplicar, sendo que é o Governo, através da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), quem define os principais valores a ter em conta.
Nesse sentido, e dado que os preços da eletricidade e do gás têm aumentado de forma exponencial nos últimos meses, o Governo tem reinvestido cada vez mais esforços na oferta inerente ao mercado regulado em si – apenas os consumidores que beneficiassem da tarifa social ou cujo fornecedor de gás natural tivesse cessado o serviço eram elegíveis a este dado, e esta é uma situação já alterada.
Os valores são voláteis e, por isso, é impossível dizer qual o mercado que mais indicado. Portanto pode e deve simular e comparar em plataformas, como a do ComparaJá.