Kaylea Titford foi encontrada morta em outubro de 2020, dentro de casa na cidade de Newtown, no País de Gales. A adolescente tinha 16 anos, um quadro de obesidade mórbida, hidrocefalia e espinha bífida (que limitava as pernas). Morreu duas semanas depois do seu aniversário. Pesava mais de 146 quilos. Na justiça, o caso ganhou contornos sem precedentes.
Sem mobilidade durante sete meses , a jovem não saiu da cama desde o início da pandemia, março de 2020, até a outubro do mesmo ano, quando morreu. O pai, Alun Titford, de 45 anos, foi condenado por homicídio negligente da filha esta quinta-feira. Segundo o The Guardian, esta será a primeira sentença a ser aplicada no Reino Unido a pais acusados de matarem os filhos por não controlarem a sua dieta.
O estado de Kaylea
Segundo a acusação, citada pela BBC, Kaylea foi encontrada em condições consideradas “impróprias até para um animal, quanto mais para uma jovem vulnerável de 16 anos que dependia inteiramente de terceiros“.
UK father guilty of gross negligence manslaughter of 16-year-old Kaylea Titford, who died after becoming morbidly obese and being left in "degrading" conditions https://t.co/RWtYgoUpf7
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) February 7, 2023
A autópsia revelou que as suas unhas dos pés não eram cortadas há seis meses e encontraram sinais de putrefação nas suas axilas, assim como larvas e vermes no seu corpo. A mãe de Kaylea declarou-se culpada, o pai recusou ser responsável pela sua morte.
Alun Tiftord admitiu afastar-se da filha e ser preguiçoso nos seus cuidados, não se sentir confortável ” a ajudá-la, já que “era uma mulher”. A mãe passou a ser “a responsável” desde 2018.
A sentença será conhecida a 1 de março.