É comum ouvir dizer que gémeos idênticos têm uma ligação especial que mais nenhum irmão tem. Afinal de contas, são a fotocópia um do outro. Há até quem diga que sentem o que o outro sente e este é o caso de Sophie e Megan Walker, de 16 anos, que vivem na Escócia.
Sophie foi diagnosticada em 2017 com tumor de Wilms, um cancro renal raro que geralmente afeta crianças com anomalias genéticas. Megan tem vindo a sofrer exatamente os mesmos sintomas que a irmã.
Antes de Sophie receber o diagnóstico, a jovem apresentava uma série de sintomas como dor de estômago, cólicas, dor nas costas e perda de peso – sintomas estes que a sua irmã gémea também experienciou, apesar de não ter cancro.
“Quando Sophie foi diagnosticada pela primeira vez, a Megan tinha todos os sintomas. As pessoas comentam sobre como ela parece sempre doente – ela é ainda mais pálida que a irmã”, disse a mãe das jovens, Rebecca Walker, ao SWNS, citada pelo New York Post.
Foram feitos testes e a conclusão é só uma: “Não há absolutamente nada de errado com ela. É tão bizarro”, acrescentou.
Entrou em remissão duas vezes, mas também teve quatro recaídas
Sophie já passou por 27 semanas de quimioterapia. A jovem esteve em remissão até janeiro de 2020, quando os médicos encontraram “algo preocupante” na sua coluna durante uma ressonância magnética. Descobriu-se que, quando fizeram uma biópsia inicial, a agulha desalojou mais células cancerígenas, que depois se espalharam.
Posteriormente, fez três semanas de radioterapia, mas teve uma recaída novamente em dezembro de 2021.Um ano depois, estava em remissão mais uma vez, mas sofreu outra vez uma recaída há três meses.
Quando foram fazer um check-up, Sophie disse que não sentia nada na coluna. No dia seguinte, disseram-lhe que os resultados não eram bons. Foi a primeira vez que a jovem derramou uma lágrima por causa da sua doença. “Disseram-me para ir embora e criar memórias enquanto ela está bem o suficiente”, recordou Rebecca.
No entanto, desde a notícia, Sophie tem lutado “profundamente” contra a ansiedade e contra a depressão. E Megan tem sentido exatamente o mesmo.
Uma fresta de esperança
Depois de Sophie ter recebido a atualização da recaída em janeiro, a sua irmã gémea também se ofereceu para fazer uma ressonância magnética “da cabeça aos pés”, mas, novamente, nenhuma doença foi detetada.
“Dizem-me que é apenas uma ‘coisa de gémeas’ – o que eu acho totalmente bizarro”, afirmou. “Nunca ouvi falar de gémeas idênticas a ficar doentes ao mesmo tempo, quando uma delas não está doente.”
Rebecca Walker tem oito filhos, mas as gémeas têm uma ligação muito especial. Megan não sai do lado da irmã desde que esta ficou doente e fica com ela a noite toda no hospital, por vezes até às três da manhã.
No entanto, ainda pode haver “um pouco de esperança”, pois uma equipa de oncologistas, cirurgiões pediátricos e cirurgiões plásticos poderão realizar cirurgias na sua coluna, para onde o cancro se espalhou. Megan deveria ter sido operada em 2020, mas devido à Covid-19, a cirurgia foi cancelada.
Está, neste momento, a aguardar a confirmação da data da cirurgia. Enquanto isso, a sua família está a angariar dinheiro através do GoFundMe para que a jovem possa fazer terapia com ‘prótons‘ em Nova Iorque.