A partida entre a Costa Rica e a Alemanha, esta quinta-feira, 1 de dezembro, vai ficar para a história: a lusodescendente Stéphanie Frappart torna-se a primeira mulher a arbitrar um jogo de futebol no Mundial masculino, no Mundial do Qatar. Será uma das três mulheres nomeadas para o Mundial2022.
Aos 38 anos, a árbitra francesa irá dar o apito inicial no encontro entre costa-riquenhos e alemães, da terceira e última jornada do Grupo E (exibido às 19h, na Sport TV).
Questionada sobre a sua estreia no Qatar, país questionado pelos direitos das mulheres, Stéphanie disse que “sempre foi bem recebida”. “Esse também é um forte sinal da FIFA e das entidades (desportivas) de que há mulheres neste país. Não sou uma porta-voz feminista, mas posso ajudar. Sei que muitas vezes desempenhamos um papel, especialmente no desporto”, disse, citada pela agência noticiosa France Presse.
E esta não é a primeira vez que Stéphanie faz história. Também já foi a primeira mulher a dirigir um jogo na Liga dos Campeões, no Europeu e da liga francesa.
Mas afinal quem é Stéphanie Frappart?
A mãe de Stéphanie Frappart, conhecida como Gina, nasceu na freguesia Tamel, São Veríssimo, em Barcelos. “A mãe, da família do apelido Barracas, é conhecida por Gina e emigrou ainda em pequena com os pais, portanto Stéphanie nunca terá estado muito por aqui”, disse o presidente da Junta de Freguesia ao Delas.
Já a filha, que é natural de Val-d’Oise (ao norte da capital francesa), começou a carreira em 1996, mas a paixão pela profissão começou aos 13 anos. “Joguei futebol na escola, metade do tempo com os rapazes, mas também com as raparigas. O meu pai era jogador, por isso fomos com a minha mãe vê-lo jogar num domingo e foi assim que começou. Depois de ter começado a jogar, quis conhecer a lei do jogo, por isso comecei a ir ao departamento local para árbitros e em França, depois de dois dias de treino, vais para o campo. Tinha cerca de 13 anos quando comecei a arbitrar miúdos de 9, 10 anos em clubes”, contou ao Women’s Sport Alliance.
“Talvez só tenha tido uma ou duas más experiências de ‘oh, é uma mulher’, mas nunca penso nisso porque sempre fui bem recebida por jogadores, equipas e clubes. Comecei a arbitrar competições masculinas e era a única mulher. Depois disso fui para o feminino. Fui sempre impulsionada pela comissão de arbitragem e também quando chego ao estádio ninguém olha para mim como uma mulher, olham para mim como uma árbitra”, afirmou.
O sonho de menina cresceu e, esta quinta-feira, fará história e irá marcar um passo importantíssimo para todas as árbitras ao redor do mundo.