Romana foi a convidada do programa Alta Definição deste sábado, 5 de fevereiro. Numa conversa intimista com Daniel Oliveira, a cantora deu a conhecer o seu lado mais pessoal e lembrou o lado menos positivo do início da sua carreira, ainda na adolescência.
A artista falou das pressões relacionadas com o corpo perfeito que a levaram a uma bulimia.
“Eu não tinha noção do gordo e do magro […] Quando tenho uma reunião na editora em que me falam na dieta. Eu nem sabia sequer como era uma dieta. Eu fui encaminhada para um médico e comecei a tomar manipulantes cedo e começou a haver confusão. A confusão foi: ‘Eu estou gorda? Não estou gorda? Será que eu vou ficar mais gorda com aquela roupa? Não vai ficar bem? Vão dizer que estou bem, que estou mal?’. Eu nunca ficava bem com a minha cabeça no que dizia respeito ao corpo”, começou por contar.
“Houve ali alturas difíceis, bulimia, inclusive. Passei momentos em que tive de aprender sozinha porque tinha dificuldade em partilhar esta dificuldade […] Comia e ia fora. Deixar de comer, nunca consegui. Houve uma altura em que tentei, mas as emoções mexiam comigo ao ponto de eu comer mais e eu sabia se comesse mais depois ia ter consequências. Mas a frustração era tanta que eu tinha de comer, eu tinha de preencher aquele vazio de alguma forma e achava que com a comida ajudava. Depois, às tantas, já começava a ter problemas na garganta, já começava a ter problemas de refluxo, que começaram a ficar graves. Depois, com o tempo, tive de me educar”, recordou.
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Por outro lado, Romana contou que ninguém tinha conhecimento dos episódios de bulimia na altura. “Eu lavava muito bem a cara e continuava em frente. Tive de aprender a comer, a dar a volta, a perceber o que de facto era confortável. O que me fez bem? o que não fez? […] Depois levou às cirurgias estéticas. Descobri que havia uma cirurgia, a lipoaspiração, que me ia deixar maravilhosa, quando eu não tinha os resultados que eu pensava que teria”, confessou.
“Enfim, acho que quando estamos numa fase em que começamos muito cedo e há pouco acompanhamento […] caímos muitas vezes”, lamentou. “Hoje acho que perdi uma adolescência, que não foi normal”, acrescentou ainda.