Este sábado, 4 de junho, Victoria Brignell estava a regressar para a sua casa casa em Londres, depois de desfrutar de umas férias em Malta, quando se deparou com uma situação “inaceitável”. A mulher, que é tetraplégica, foi deixada no dentro do avião durante mais de uma hora e meia.
Inicialmente, Victoria foi informada de que teria que esperar no avião 50 minutos, apesar da sua cadeira de roda já estar disponível. No entanto, Wilson James, uma empresa contratada para ajudar o aeroporto de Gatwick a atender passageiros com deficiência, não apareceu para a ajudar.
“Pouco após o desembarque, a equipa da companhia aérea da BA [British Airways] veio até mim e disse que lamentava muito, mas as pessoas que deveriam ajudar-me a sair do avião só estariam lá após 50 minutos. O tempo passou e disseram-me que seria mais meia hora. No final, eu estava à espera uma hora e 35 minutos”, afirmou Victoria, citada pelo The Guardian. A sua amiga, Sonia Sodha, partilhou no Twitter uma fotografia sua no avião: “Isto é inaceitável”, afirmou.
“Estou paralisada do pescoço para baixo, então não posso usar os meus braços ou pernas. Para sair de um avião, preciso de duas pessoas para me levantar do assento do avião numa cadeira de corredor, que é uma cadeira de rodas estreita especialmente projetada para me empurrar pelo corredor para fora do avião e colocar-me na minha cadeira de rodas que está do lado de fora“, explicou a passageira, que não pôde usar a casa de banho enquanto estava no avião.
Apesar de tudo, Victoria contou que os funcionários da BA foram “fantásticos”, pediram desculpa e deram-lhe bebidas enquanto aguardava. Os passageiros que esperavam embarcar no avião também foram prejudicados, uma vez que não puderam embarcar até que a mulher pudesse sair.
“Fico muito nervosa em viajar de avião porque ouvi tantas histórias de horror sobre cadeiras desaparecidas, mas fui pela primeira vez pouco antes da pandemia, então esta foi a segunda vez que fui para o exterior e o meu quarto voo”, disse.
O pedido de desculpa
“Sinto que em 2022 as pessoas não deveriam ficar presas num avião durante tanto tempo. Reservei a ajuda com dois meses de antecedência, não apareci apenas, e também os recordei duas semanas antes”, acrescentou. A passageira disse ainda que recebeu um pedido de desculpa do aeroporto via Twitter e pretende fazer uma reclamação oficial.
“O tratamento recebido no aeroporto de Gatwick foi inaceitável e gostaria de oferecer as nossas sinceras desculpas a Victoria”, afirmou um porta-voz do aeroporto de Gatwick, referindo que o incidente está a ser investigado com “máxima prioridade”.
Este não é um caso isolado. No mês passado, um homem que sofre de atrofia muscular espinhal foi deixado dentro do avião durante duas horas no aeroporto de Manchester.