Um casal americano de Louisiana, nos Estados Unidos, foi preso e acusado de negligência depois do corpo da filha ter sido encontrado no sofá de casa na cidade de Slaughter. A cena de crime é impressionante.
Lacey Fletcher foi encontrada morta, seminua, aparentemente deixada para “apodrecer” no sofá durante 12 anos. Pesava 43 quilos e estava coberta de dejectos humanos, urina e larvas, disse o advogado distrital Sam D’Aquilla, citado pelo Independent. Havia ainda úlceras graves na parte inferior do corpo.
Os pais da jovem de 36 anos eram membros respeitados da comunidade. Clay Fletcher tinha um cargo importante numa associação de preservação da memória da Guerra Civil Americana, e Sheila Fletcher, uma ex-vereadora da cidade de Zachary, era assistente do procurador. Ambos afastaram-se das atividades públicas antes da acusação.
A polícia apenas descobriu o corpo quando Sheila ligou para o 112 no passado dia 3 de janeiro. Quando o pronto-socorro chegou ao local, depararam-se com um fedor imponente e uma cena de filme de terror. Lacey, que supostamente sofria de síndrome de encarceramento – um distúrbio neurológico raro – foi encantada sentada no sofá.
O caso chocou até amigos mais próximos. “Chocado porque não combina com nenhuma das minhas experiências com ele”, disse John Potts, colega de Clay, à estação de televisão local BRPROUD. “Os detalhes são horríveis, não há dúvida sobre isso, e não consigo conceber como algo assim pode acontecer”, acrescentou. Outros nem sequer sabiam que o casal tinha uma filha. Lacey estudava em casa desde o secundário, sofria de ansiedade social na adolescência e teve um caso grave de Asperger.
Um vizinho da família, Robert Blades contou ao Daily Mail que a última vez que viu Lacey foi em 2005: “Quando a vi pela última vez ela parecia bastante normal fisicamente. Ela sempre foi muito magra e estava a fazer exercícios na rua com pequenos pesos. Eu via-a de vez em quando, a fazer exercícios na rua. Não falei nada com ela nessa última vez, não vi motivo”, contou.
O legista, Ewell Bickham, acredita que ela poderia estar sentada na mesma posição durante 12 anos, informou o The Advocate. E foi diagnosticada com Covid-19. Ewell considerou a morte da jovem um homicídio e a “causa por trás da sua morte decorre de pelo menos uma década de negligência médica”. “A cena foi doentia. Eu vi algumas coisas horríveis na minha vida, mas nada como isto”, revelou ao DailyMail.
“Os pais apenas a deixaram sentar no sofá. Ela apenas urinou e usou a casa de banho no sofá”, disse Sam D’Aquilla. “Num homicídio, tem que haver intenção. Eles queriam matá-la? Eu quero dizer sim, eles queriam matá-la”. Os pais foram acusados de homicídio em segundo grau.