O caso de Amélie Battle Bastos, uma jovem de 16 anos que estava desaparecida no Porto e cujo corpo foi encontrado esta terça-feira, 18 de janeiro, está a deixar o país desolado e a chamar a atenção para a “pandemia” silenciosa. Este número poderá chocá-lo: quase 46 mil adolescentes morrem anualmente de suicídio, uma das cinco causas principais de morte neste grupo etário, de acordo com a UNICEF. E pelo menos, também globalmente, uma em cada sete crianças vivem com um distúrbio mental diagnosticado.
Nas redes sociais, foram várias as figuras públicas a manifestarem a sua profunda tristeza perante a morte da jovem e a alertar para a importância da saúde mental como Andreia Rodrigues que disse que “O silêncio pode ser muitas vezes ensurdecedor. A dor psicológica pode ser cortante, dilacerante. Nós sabemos, acredita, não aches que estás só, que não te conseguem ver ou entender. Vivemos tempos estranhos, é verdade, cada vez mais fechados nas nossas bolhas, num mundo revolto, e às vezes parece que há pouco tempo para a dor e para o outro“.
Miguel Cristovinho disse estar “sem palavras” e fez um apelo: “Amem as vossas crianças, oiçam-nas. Mostrem-lhes o mundo e encham-nos de sonhos em vez de medos (…) Só o amor cura”, escreveu o cantor.
Nas stories de Instagram, Jessica Athayde também não ficou indiferente: “Não era o desfecho que queríamos. Muita força para a família e amigos. Descansa em paz”, disse a atriz, acrescentado as linhas de apoio e de prevenção do suicídio em Portugal.
Catarina Furtado alertou que “todos, de alguma forma, temos responsabilidade” nestes casos. “A saúde mental é para cuidar sem preconceitos, sem olhares de lado, com empatia e a real sensação de que não existe perfeição e de que as conquistas e os sucessos fazem parte de um caminho individual. A sociedade pode estar ao serviço do bem e perde tanto tempo a provocar o mal. A opção é nossa! Vamos promover conteúdos que despertem o melhor de nós! Para que possamos cuidar melhor uns dos outros. É isso que interessa. O amor. Um abraço à família da Amélie que não conheço, mas com quem estou tão solidária numa dor infinita que não imagino”, acrescentou a apresentadora.
No Twitter, Inês Melo Sampaio, jurista do Serviço Jurídico da Comissão Europeia, disse o seguinte: “O destino da pequena Amélie seria com certeza fabuloso, como no filme. Mas a depressão é uma p***. Seguimos na luta”, escreveu. “Por favor, não digam coisas como ‘Então e não pensou nos pais?’. Pensou com certeza. Mas o sofrimento era tão intenso que ela só queria que acabasse, fosse de que forma fosse, e esse pensamento torna-se por vezes um grito que abafa todos os outros”, continuou na caixa de comentários.
Além de famosos, também pessoas anónimas se manifestaram como pode ver abaixo:
Peça ajuda.
CONTACTOS
Linha SOS voz amiga. Linha de apoio emocional e prevenção ao suicídio: 213 544 545 / 912 802 669 / 963 524 660 (diariamente das 15h30 às 00h30)
Contacte o Serviço de Saúde Mental do Hospital da sua região – Adultos, Infância e Adolescência.
A linha SNS24 (808 242424 e www.sns24.gov.pt) e o 112 também estão disponíveis.
Entre em contacto através das Linhas de Crise e da Linha de Aconselhamento Psicológico.
Para mais informações, consulte o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.