Lindsay Marsh e Chris Marsh foram casados durante 25 anos, mas decidiram colocar um ponto final na relação. Seguiram com o divórcio, mas a mulher, que vive em Utah, nos Estados Unidos, diz que foi obrigada a entregar um ‘álbum boudoir’ com as suas fotografias íntimas.
Em entrevista a KSL News, citada pelo New York Times, Lindsay contou que um juiz a forçou a “distribuir basicamente pornografia” justificando que o seu ex-marido tinha o direito de manter as mensagens que ela lhe tinha escrito dentro do álbum.
Embora o juiz tenha permitido que editasse as fotografias, Lindsey ficou indignada. “É uma violação e é incrivelmente embaraçoso e humilhante”, disse ao Salt Lake Tribune. “Mesmo ter que entregar as mensagens é ‘violar’. São coisas sensuais e amorosas que escrevi para o meu marido que eu amava. [Ele é] meu ex-marido agora”, acrescentou.
“A única maneira de proteger outra pessoa de passar pela mesma situação é contar a minha história”, afirmou, referindo ainda que o álbum boudoir [que contém fotografias sensuais] foi a única coisa que o ex-marido lutou para manter durante o divórcio, que foi finalizado em julho.
Fotografias censuradas
O juiz do condado de Davis, Michael Edwards, ordenou que o álbum fosse entregue para que “as palavras fossem mantidas por causa da memória”. Porém, as fotografias poderiam ser entregues a um fotógrafo para “fazer o que for preciso para modificá-las” para que quaisquer fotos de Lindsay “em lingerie ou esse tipo de coisas ou mesmo sem roupas sejam obscurecidas e retiradas”, escreveu o juiz.
O fotógrafo que as tirou inicialmente recusou-se a editar as fotografias porque os “seus clientes confiam em sim com as suas imagens e privacidade, [e] leva isso a sério”. Por este motivo, o juiz ordenou no dia 26 de agosto que a mulher as entregasse a outro fotógrafo, alguém que Lindsay acredita que seu ex-marido conheça.
Em pânico, ligou para verificar se não se tratava de um erro: “’Só quero esclarecer… O juiz ordenou que eu entregasse fotorafias do meu corpo nu a terceiros que não conheço sem o meu consentimento?’”, recordou.
Entretanto, após ordem do juiz, o fotógrafo que as tirou concordou em alterar as fotografias, colocando grandes caixas pretas sobre qualquer parte do corpo de Lindsay, mantendo as mensagens. “Se aquilo em que ele estava realmente interessado eram as mensagem, ele conseguiu-as”, disse Lindsay à KSL “Cumpri a ordem do tribunal, embora acredite firmemente que [a] ordem [está] a violar a muitos níveis”, afirmou, referindo ainda que se sentiu “humilhada por ainda ter que olhar para aquelas fotografias tiradas há anos e ter que editar as fotos e até estar envolvida nisso de alguma forma” e “não consegue imaginar fazer isso com outra pessoa”.
Lindsay foi instruída a manter o álbum original durante 90 dias caso o ex-marido exija novas edições. Após esses dias, planeia incendiar essas memórias dolorosas. “Vai ser incrível”, disse ao Salt Lake Tribune.
O que o ex-marido tem a dizer sobre o assunto
Por outro lado, Chris Marsh afirmou que as imagens não eram tão “íntimas” como a sua ex-esposa disse, insistindo que muitas foram publicadas online ou penduradas na sua casa. “Eu aprecio as memórias amorosas que tivemos por todos estes anos como parte das trocas normais entre marido e mulher… e procurei preservar isso com as mensagens”, esclareceu ao Salt Lake Tribune.
Chis disse ainda que a opinião da sua ex-esposa sobre a ordem “não era a minha perspectiva nem a perspectiva de um juiz imparcial”. “Parece que ela deturpou intencionalmente e sensacionalizou vários aspetos de um procedimento justo para manipular as opiniões de outras pessoas para atenção e validação da vitimização”, afirmou à KSL.