Sebastian nasceu no dia 19 de julho de 2016. Para o pai foi o “pior dia da minha vida, mas também o melhor”. É que o filho e a mulher estiveram à beira da morte devido a complicações no parto. Se o bebé não nascesse em 30 minutos, mãe e bebé morriam. “Ele estava azul quando o vi, nem parecia vivo”, recordou Ryan Esposito, em entrevista ao Daily Mail.
Felizmente, sobreviveram. No entanto, Sebastian foi colocado num ventilador na unidade de cuidados intensivos do Hospital Presbiteriano de Albuquerque, no Novo México, onde permaneceu durante nove dias. “Quando nos disseram que ele poderia ter dificuldades, não ficámos preocupados. Só queríamos que ele estivesse bem. Assim que o levamos para casa, éramos apenas pais paranóicos comuns, sempre a certificar-nos de que ele ainda respirava. Podíamos dizer que a sua capacidade cognitiva estava lá, então não nos importava se havia algo errado”, contou.
Sebastian só começou a gatinhar aos nove meses e a andar por volta dois dois anos. Tinha também um atraso na fala, mas usar o penico foi fácil. Os pais começaram a usar letras de madeira: “Estes jogos e quebra-cabeças são a forma de comunicar com o meu filho. É como nós o ajudamos a usar o penico. Nós escrevemos”, explicou.
“Escrevíamos perguntas como o que ele queria comer e ele dizia-nos. Agora ele pode-nos dizer qualquer coisa com palavras escritas. Foi assim que o ensinámos”, acrescentou.
O menino tinha 18 meses quando ficou completamente obcecado pelo quebra-cabeças com letras de madeira. Começou a soletrar palavras como gato e cão, chegando mesmo a escrever mais de 200 palavras aos dois anos, assim como todo o alfabeto russo.
Sebastian sofre de hiperlexia, é um síndrome muitas vezes associada ao autismo [que lhe foi diagnosticado aos três anos] e que se carateriza pela “capacidade de leitura precoce e pela obsessão por números e letras e que por vezes é acompanhada pelo atraso noutras áreas do desenvolvimento. Assim as principais características são a capacidade precoce de leitura, dificuldade em lidar com a linguagem oral e inadaptação social dos comportamentos”.
Agora, aos cinco anos e no jardim de infância, onde os seus colegas estão a aprender o alfabeto, Sebastian tem uma idade de leitura de 18 anos, memorizou os alfabetos grego, alemão, arménio e turco, entre outros. “Todo o pai acha que o filho é especial, mas eu sabia que ele era realmente especial”, afirmou Ryan.
“Quando ele começou a soletrar as palavras de trás para frente, pensei que talvez fosse um alienígena. E ele pegou em todas as palavras tão rapidamente. Foi incrível. Achamos que ele tem memória fotográfica. Qualquer coisa que ele vê, guarda na cabeça e nunca esquece”, disse.
Todos os dias Ryan aprende algo novo com Sebastian. “Sinto que tenho aprendido muito graças a ele. Ensinou-me que o Cazaquistão é o maior país sem litoral do mundo. Ele conhece toda a tabela periódica dos elementos de cor, eu não saberia dizer nem 10 deles. Posso dizer a maioria dos países africanos do mundo agora graças a ele”, revelou.
Sebastian é agora uma estrela no TikTok com vídeos, alguns com quase 20 milhões de visualizações, a mostrá-lo a escrever um alfabeto inteiro ou todas as fontes no Microsoft Word, além de todos os países e capitais do mundo. “Queremos que as pessoas saibam que nem todas as crianças são iguais. Mas todos são brilhantes. O Sebastian não consegue calçar os próprios sapatos, mas sabe escrever em russo… e tudo bem“, disse.