Margarida Corceiro reage à partilha de fotos íntimas sem consentimento: “Calcem os meus sapatos”

A atriz foi alvo de um crime, depois de terem sido divulgadas fotografias alegadamente suas.

Reprodução de Instagram, DR
Reprodução de Instagram, DR

SIC Mulher

No início desta semana, Margarida Corceiro foi alvo de um crime, depois de terem sido divulgadas, nas redes sociais, fotografias alegadamente suas, nua, de quando tinha 15 anos e era menor. Esta quarta-feira, 23 de março, a atriz quebrou o silêncio e reagiu ao sucedido através de um comunicado na sua página de Instagram.

“Voltar aqui depois de tudo o que se tem dito sobre mim e sobre a minha imagem, não é fácil. Mas cá estou. As redes sociais têm o bom da partilha positiva e a fragilidade da partilha negativa. Que sirva de ponto final para outros casos e que vos ajude a perceber a gravidade da situação, começa por dizer.

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Quero que imaginem, quero que calcem os meus sapatos – meus e de todas as pessoas a quem isto já aconteceu. Imaginem estar tranquilos no vosso trabalho e encontrarem uma imagem, que dizem ser vossa, a circular pela internet. Milhões de comentários especulativos, milhares de mensagens, telefonemas sem parar e, o mais difícil, verem todos os vossos amigos e família a ter de lidar com tudo o que vai saindo sobre vocês, sem poderem fazer nada. Imaginem sair à rua e terem a sensação de que estão todos a olhar para vocês. Imaginem vir nas capas dos jornais, das revistas, aparecer como destaque de sites, ser tendência numa rede social, por motivos completamente alheios à vossa vontade”, afirma.

“O meu telefone parou e eu parei com ele. Mesmo estando habituada a ter o meu nome ‘a concurso’ e dezenas de mentiras diárias a circular sobre mim – que algumas até me fazem rir muito -, desta vez não deu para rir. E sabem porquê? Porque eu tenho a sorte de ter uma estrutura familiar coesa, amigos presentes e profissionais que me acompanham e ajudam a lidar com a situação. Mas há centenas de pessoas que não têm”, acrescenta.

Garanto-vos que não me ri com as mensagens que recebi de pessoas com histórias semelhantes e que, por isso, só queriam desaparecer e pôr termo à vida. Não me ri com histórias de pessoas que acabaram mesmo por fazê-lo por verem a sua intimidade completamente violada e repartilhada, vezes e vezes sem conta, recordo, tudo porque alguém decidiu fazer uma partilha”, revela.

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“Somos assim tão pequeninos para precisarmos de devassa, partilha, escrutínio e julgamento? Somos assim tão fracos para não conseguirmos acabar com o ‘olha aqui o que me enviaram’?”, questiona.

“Garanto-vos que deste lado fiquei muito surpreendida, pela negativa, por saber que dar corpo a um monstro está nas nossas mãos e que, muitos, escolhem alimentá-lo e continuar a corrente, sem nunca pensar no impacto que pode estar a ter na vida de alguém. Que esta minha partilha ajude a refletir sobre este tema e que permita que as centenas de pessoas a quem isto já aconteceu, sobretudo mulheres, possam ser percebidas e não julgadas. E, lembrem-se, agora foi comigo, amanhã pode ser convosco ou com alguém que vos é muito próximo”, conclui.

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“Termino a agradecer-vos todo o apoio que me foi chegando nestes dias, direta ou indiretamente. Tenho muita sorte em estar tão bem acompanhada, senti todo o vosso apoio e li cada uma das vossas mensagens. Muito obrigada!”, finaliza.

O que fazer quando se é vítima de partilha de conteúdo íntimo sem consentimento? (contactos abaixo)