Luísa Sobral começou a manhã deste sábado, dia 27 de agosto, com uma rara partilha na sua conta de Instagram. Através da publicação de um vídeo, a artista decidiu falar, em desabafo, sobre o facto de ter comprado um biquíni, numa marca portuguesa, que, sendo do tamanho que geralmente sempre veste, acabou por não lhe servir.
O tema serviu de mote para Luísa Sobral querer lançar um alerta sobre o impacto que as marcas têm em mulheres com diferentes corpos, e na forma como cada qual reage ao não conseguir adequar o seu vestuário à oferta dada.
“Pensei bastante sobre se devia fazer este vídeo, que não é muito a minha coisa, mas acho que quando temos visibilidade nas redes sociais também devemos usá-la para falar sobre assuntos que são importantes para nós“, começou por referir a cantora.
“Quando era adolescente tive um distúrbio alimentar, e agora aconteceu uma coisa esta semana que me fez ter vontade de falar sobre isso. Eu mandei vir um fato de banho e um biquíni, da Internet, de uma marca portuguesa, pensei: ‘Mais vale mandar vir o M, até porque fui mãe há pouco tempo e então achei melhor’. Chegou a casa, e começou aquela tarefa difícil de tentar entrar no fato de banho, aquela guerra. Começar a suar e a suar, a perder calorias que depois ajudam a entrar melhor…“, contou.
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“Mas quando já lá estou dentro, pluf. Sai o queijo da serra. Mandei para trás, e pedi o L. Mas isto obrigou-me a uma reflexão: O facto de vestir um L é-me completamente indiferente. Mas estas marcas, geralmente de mulheres, estão a fazer roupa para pessoas só com um certo tipo de corpo. Porquê? As marcas querem só essas pessoas, com esse certo tipo de corpo? É isso?“, questionou a artista.
“Isto não é realista. E isto acontece em várias roupas, atenção. E ideia é fazerem as pessoas sentirem-se mal por não caberem naquelas roupas? Eu acho que quando uma pessoa gere uma marca de roupa deve ter o cuidado e a missão de fazerem com que as outras mulheres se sintam bem com as suas roupas!“.
“É absurdo não haver esse cuidado, e é importante termos atenção às miúdas, na idade adolescente, e no impacto que isto lhes causa. É da vossa responsabilidade que as mulheres se sintam bem a usar a vossa roupa, e que as possam usar“.
No final, Luísa Sobral dirigiu-se às marcas que gerem vestuário: “Se quem me está a ouvir é dona de uma marca de roupa, por favor, pensem nas mulheres e na forma em que como podem chegar a todas as mulheres, e na forma em como elas se podem sentir bem a usar a vossa marca. Pronto, era isto. Obrigada!“, rematou.