Aos 80 anos, Carole recomeçou do zero noutro país — e salvou a própria vida

Uma história que nos ensina que nunca é tarde para realizarmos os nossos sonhos.

Aos 80 anos, Carole recomeçou do zero noutro país — e salvou a própria vida
Reprodução Instagram, DR

Lifestyle

Carole Carson tinha 80 anos quando decidiu recomeçar do zero. Depois de uma vida dedicada aos outros, ficou viúva e percebeu que, pela primeira vez, podia fazer algo por si.

Natural da Califórnia, ponderou mudar-se para o Midwest para estar mais próxima da filha, mas o coração falou mais alto. Fez as malas, vendeu a casa onde acumulava memórias, pediu um visto e voou para França, para Castelnau-le-Lez, perto de Montpellier, onde o filho vivia com a mulher e os filhos. "Penso que já estaria morta se não me tivesse mudado para França", confessa, em entrevista, à CNN Travel.


A mudança não foi fácil, revela. Depois de ter trocado uma casa por um estúdio, passou a viver sozinha, além do choque cultural. No entanto, foi também na adversidade que Carole encontrou espaço para ver algo novo florescer: o sonho antigo de ser escritora.

Escrever tornou-se no seu próprio refúgio, apesar que doloroso. “Chorei o tempo todo enquanto escrevia”, admite. Recuperou páginas escritas nos anos 60 e terminou o seu primeiro romance, Blackbird. Pelo caminho, escreveu mais três, todos profundamente pessoais com um toque sua vida. O quinto já está "dentro do forno" — e, avisa, será sobre a morte. “Quero saber como as outras pessoas enfrentaram isso. Quero escrever sobre o morrer".


Mas esta história não é sobre o fim, é sobre o recomeço. Em França, Carole re-descobriu a leveza da rotina: escreve de manhã, caminha com amigas, toma café, almoça fora. “Nunca imaginei que socializaria tanto… nem que beberia tanto vinho”, brinca.

Agora com 83 anos, Carole está mais livre do que nunca. Com o tempo, percebeu que não bastava atravessar o oceano, era preciso fechar portas para não recuar. Esta foi a primeira vez na vida em que tive liberdade para descobrir quem sou. É assustador. E maravilhoso.”