Foi o rosto de um protesto ‘transfake‘ no Teatro São Luiz, em Lisboa, depois de ter interrompido uma peça ao reivindicar os direitos da sua comunidade, sendo notícia pela imprensa nacional. Keyla Brasil esteve desaparecida durante mais de 72 horas, mas foi encontrada, avança a página de Instagram da Casa T, local de acolhimento de imigrantes transexuais.
No comunicado partilhado, é dito: “Keyla Brasil foi encontrada hoje e já está em segurança. Ela se manterá em recolhimento para que possa se recuperar de tudo o que está passando. Visando sua segurança, não compartilharemos mais informações sobre o caso até que ela mesma possa falar por si“, pode ler-se.
De acordo com o jornal Público, a atriz trans, trabalhadora do sexo e ativista, estava incontactável desde a última sexta-feira, dia 27 de janeiro, e o seu desaparecimento foi inicialmente reportado pela página de Instagram da Casa T.
Numa primeira partilha, feita no domingo, 29 de janeiro, era dito que Keyla Brasil estaria a vir de Pádua, perto de Coimbra, em direção a Lisboa, num autocarro, quando ficou incontactável.
Nesse mesmo dia, o jornal Expresso já tinha avançado com a informação de que a atriz trans estaria a receber “ameaças de morte“.
Desaparecida há dois dias atriz trans que se manifestou no São Luiz
Durante esta segunda-feira, dia 30, as responsáveis pela Casa T diziam que a atriz teria enviado”três pedidos de socorro a três pessoas diferentes da comunidade transvestigênere” às 15h14 de sexta-feira. “Não foi uma comunicação convencional“, disseram ao jornal Público.
É também confirmado que, logo após esses pedidos, alguns amigos da artista saíram de Lisboa em direção a Tábua: “A Keyla já não estava lá. A gente fez uma pequena busca no lugar onde ela estava hospedada, e assim que percebemos que os pertences dela não se encontravam lá, a gente se dirigiu imediatamente à esquadra da GNR de Tábua para apresentar a denúncia de desaparecimento“. Desde então, o telemóvel de Keyla encontra-se desligado.
A denúncia acabou por só ser registada no sábado já que, num primeiro momento, a GNR do local não sabia das alegadas “ameaças de morte“.
“Como se trata de uma pessoa maior de idade, sem suspeitas de tendências suicidas e sem outros problemas clínicos, não se considera um desaparecimento“. O dado sobre as ameaças de morte só lhes terá sido comunicado no sábado, iniciando-se então as buscas.
Recorde que Keyla Brasil foi notícia depois de ter invadido o palco do São Luiz durante o espetáculo encenado por Daniel Gorjão. A atriz quis reivindicar o facto de a personagem Lola, uma trabalhadora do sexo trans, estar a ser interpretada por um ator cisgénero e não transgénero.