Tomar conta de cães não era uma experiência nova para Jacqueline Durand. A jovem, que completou 22 anos no dia anterior ao ataque, já era ‘pet sitter’ há sete anos quando foi convidada por um casal para cuidar dos seus dois cães, Bender e Lucy. Mal sabia que aceitar aquele trabalho iria mudar a sua vida para sempre.
Dois dias antes do Natal do ano passado, a estudante universitária de Dallas, no Texas, foi atacada pelos animais, um da raça Pit Bull e outro cruzado de Pastor Alemão, assim que abriu a porta da casa. Os animais, que já tinha conhecido anteriormente e considerou-os “adoráveis”, arrastaram-na para a sala e iniciou-se o ataque brutal.
Agora, em entrevista à CBS News, que advertiu para as fortes imagens, Jacqueline recordou o episódio traumático e os ferimentos com que ficou. O motivo é simples: “Eu não pedi isto então acho que está na hora de mostrar quem eu sou agora e não posso ter medo disso”, afirmou.
Triste e sete minutos passaram desde o momento em que a polícia chegou à habitação até que os socorridas se sentissem seguros para entrar na casa. As imagens da câmera de segurança da polícia mostram como foi o difícil resgate da jovem, que foi levada de urgência para o hospital em estado grave, tendo perdido quase 30% de sangue e sofrido mais de 800 mordidas.
Estar viva foi um verdadeiro milagre. É que a porta da casa foi deixada aberta, acionando o alarme de segurança. Recordando onde foi atacada, Jacqueline explica: “Nas minhas pernas, nos meus braços, mais no meu rosto. Essencialmente, quando senti a pele pendurada no meu rosto, pensei que ia morrer”. A jovem foi colocada em coma, ressuscitada várias vezes e submetida a uma grande cirurgia de reconstrução. “A cara dela estava coberta de pensos. É um milagre estar viva“, afirmou o pai de Jacqueline.
O casal, Justin e Ashley Bishop, disse à polícia que os cães foram resgatados e nunca tiveram problema nenhum. “Tenho três filhos. Um deles tem 3 anos. Sem histórico de violência. Nenhum”, explicou Justin às autoridades. No entanto, um aviso à porta da casa alerta sobre bebés a dormir e “cães doidos” é um indicador de negligência, de acordo com um processo movido pelo advogado de Durand, Chip Brooker. Ambos os cães foram mortos por ordem de um juiz.
Em comunicado ao canal de televisão, os donos dos cães disseram estar “de coração partido”, mas recusaram o pedido de entrevista. “Sabemos que foi gravemente ferida e estamos devastados pelo que ela e a sua família estão a passar. Nunca colocaríamos ninguém em perigo conscientemente e ficámos chocados com o que aconteceu na nossa casa. Devido ao litígio pendente, fomos avisados para não dar entrevistas, no entanto, queremos que a Sra. Durand e a sua família saibam que oramos fervorosamente pela sua recuperação diariamente”, lê-se.
Uma semana após o ataque, Jacqueline recebeu alta e um forte aplausos dos médicos e enfermeiros. Os socorridas que a salvaram também a cumprimentaram. Além da sua família, o namorado, Nathan, de 24 anos, também estava lá. Agora, a jovem quer ser vista não como uma vitima, mas como um exemplo. “Quero que os donos dos cães conheçam os seus animais para que possam dizer aos seus ‘pet sitters’ como eles são”, afirmou.
Na fisioterapia, a sua boca é esticada um milímetro de cada vez para que possa ingerir mais alimentos. Apesar de ainda ter que enfrentar inúmeras cirurgias e após o ataque brutal, Jacqueline continua a adorar animais e sonha em trabalhar com eles, possivelmente como treinadora de cães.