A surfista norte-americana Sara Taylor publicou um vídeo na semana passada, na sua conta de Instagram, onde mostra a agressão que sofreu por parte de outro surfista enquanto estava a praticar o desporto em Bali, Indonésia. O incidente aconteceu no dia 5 de abril, em Uluwatu.
A atleta de 32 anos contou que, na sua primeira onda, o amigo do surfista que a agrediu decidiu apanhar a mesma onda, o chamada “drop in” (considerado inapropriado). “O amigo deu-me um soco na cabeça e depois de ser confrontado por ter me batido, ele atacou a Charlie na praia por filmá-lo”, escreveu na legenda da publicação, onde questiona quem são os surfistas.
A Internet foi rápida a responder. Como se pode ver no vídeo, houve uma discussão sobre quem tinha direito sobre a onda: Adriano Portela acabou por desistir e ceder a onda a Sara.
No entanto, quando a surfista ia em direção a Adriano, foi confrontada com o amigo deste, o também atleta profissional brasileiro João Paulo Azevedo, conhecido por JP Azevedo, que lhe deu um soco na cabeça.
Já na praia, a dupla brasileira foi atrás de Sara e Charlie McCharg, que estava a gravar o incidente. JP Azevedo grita “não me filmes” e há outro desentendimento. Posteriormente, Sara Taylor grita para “irem embora”. Neste momento, estavam cercadas por um grupo de cerca de oito homens.
Após o incidente, JP Azevedo – que vive em Bali desde 2019 – perdeu o patrocínio. “Após tomar conhecimento dos lamentáveis factos ocorridos, reitera que repudiamos todo e qualquer tipo de violência sendo ela principalmente contra mulheres. Tendo como inadmissível este tipo de comportamento, comunicamos que tomámos a decisão imediata de finalizar a nossa parceria com o atleta JP Azevedo”, lê-se numa nota de esclarecimento da ‘Quebra Onda’.
A versão do atleta
O surfista acabou por se manifestar nas redes sociais, antes de as eliminar: “Estou profundamente arrependido e envergonhado. Acabei por perder a cabeça e cometer atitudes inadequadas”, disse num vídeo divulgado na Internet. O surfista disse ainda que o vídeo publicado por Sara “foi editado”, colocando-o “numa posição muito delicada”.
“Também fui agredido, desrespeitado e insultado pelo casal”, afirmou, pedindo que o vídeo fosse publicado na integra. “Vi um surfista a empurrar o meu amigo. Fui perguntar porque é que ele fez isso, fui agredido no rosto e retaliei. Foi aí que vi que não era um homem e sim uma mulher. Pedi desculpa. Saí da água triste, então veio ela e a sua amiga atacar-me. Atiraram-me para o chão, agarraram na minha prancha dentro do carro. Fui tentar resgatar a minha prancha, defendendo-me dos ataques. Entre um ataque e outro, passei-me e acabei por atacar também”, explicou, pedindo “desculpa à comunidade do surf, comunidade local, família e amigos”.
O surfista disse ainda os seguinte: “Parecia um homem, eu não sabia que ela era mulher. Ela surfava igual a homem, vestia-se igual a homem. Estava a apanhar a onda de toda a gente, não estava a respeitar ninguém. Ela foi na onda do meu amigo e empurrou o meu amigo para fora da onda”, referiu, citado pelo G1.
A versão da surfista
Já Sara Taylor contou, numa entrevista exclusiva ao G1, que Adriano Portela foi contra ela “de forma intencional”, como “se lhe quisesse bater”, e a surfista acabou por o empurrar. Já sobre o episódio com JP Azevedo, a atleta recordou: “Ele estava a gritar algo que era a onda deles, mas eu perguntei: ‘Eras tu ali?’ e ele disse: ‘Não, era o meu amigo’. Eu não queria ficar a discutir, só queria surfar, então atirei-lhe água para a cara para ele parar. Continuei a nadar e foi aí que ele me bateu”, disse, lamentando ainda o facto de ninguém ter tentado ajudar. Sara acabou mesmo por fazer queixa na polícia e o caso está agora a ser investigado.
Kelly Slater, Gabriel Medina, Filipe Toledo, entre outros surfistas profissionais, mostraram a sua indignação perante o comportamento de JP Azevedo nas redes sociais.