Existem pessoas que adoram comemorar o seu aniversário, mas outras preferem não o fazer como é o caso de Kevin Berling. É que o homem sofre de transtorno de ansiedade e por essa razão pediu ao seu chefe para que não organizassem uma festa de aniversário.
Apesar do pedido, a empresa Gravity Diagnostics realizou uma festa surpresa no refeitório, à hora do almoço, no dia 7 de agosto de 2019. “A pessoa que era responsável pelas festas de aniversário com quem ele conversou esqueceu-se do seu pedido. Ela não o fez isso para ser má. Esqueceu-se simplesmente”, disse o advogado de Kevin, Tony Bucher, ao Link NKY.
Ao ver a festa, o homem começou a ter um ataque de pânico. Ficou extremamente abalado, saiu rapidamente do local e terminou o resto do almoço no seu carro, enquanto fez algumas técnicas de respiração. Entretanto regressou para terminar o seu dia de trabalho. Dias depois foi demitido. Foi então que decidiu abrir um processo contra a empresa.
Mas afinal o que se passou? No dia seguinte à comemoração indesejada, Kevin foi convocado para uma reunião onde “foi confrontado e criticado” pela sua reação. O homem começou a ter outro ataque de pânico e colocou em prática algumas técnicas que tinha aprendido com a terapeuta: a “dar abraços a si próprio e a pedir para que parassem”.
O advogado de Kevin disse que o seu cliente não representava nenhuma ameaça: “Eles fizeram suposições de que ele era perigoso com base na sua condição e não em qualquer evidência de que ele era violento”, afirmou.
No dia 11 de agosto, Kevin Berling recebeu uma carta a dizer que estava a ser demitido “devido aos eventos da semana anterior”. Indignado, o homem processou a empresa, alegando discriminação por incapacidade e retaliação. No dia 31 de março, o júri decidiu a seu favor e concedeu-lhe mais de 400 mil euros (para compensar o stress emocional, pagar salários atrasados e benefícios, entre outras coisas).
No entanto, a co-fundadora Julie Brazil disse ao site que o homem foi demitido por violar uma “política de violência no local de trabalho” e que a empresa mantém a sua decisão. “Os meus funcionários controlaram a situação para tirar o queixoso do prédio o mais rápido possível, removendo o seu acesso ao prédio, alertando-me e enviando lembretes de segurança para garantir que ele não pudesse aceder ao prédio, que é exatamente o que eles devem fazer”, explicou.
“Os meus funcionários foram as vítimas neste caso, não o autor”, afirmou a empresária, referindo que vão entrar com recurso para revisão da decisão.