Carole Horlock, a mulher “mais prolífica do mundo”, começou a ser barriga de aluguer aos 27 anos. Hoje, aos 55 anos, já teve 13 bebés para ajudar casais a realizarem o sonho de se tornarem pais. No entanto, há uma criança que a mulher está desesperada para ver novamente: o próprio filho que acabou por dar, sem saber. Confuso? Já lá iremos.
“Estou muito orgulhosa da minha carreira de barriga de aluguer e de ter 13 bebés que são amados pelas suas famílias. A barriga de aluguer trouxe a mim e às famílias que ajudei uma alegria imensurável, mas também levou aos momentos mais sombrios da minha vida“, disse Carole, cuja conquista está no Guinness World Records, em entrevista exclusiva ao Mirror.
“A barriga de aluguer é o melhor presente que uma mulher pode dar a outra, mas há um lado mais sombrio quando dá errado – o desgosto, a montanha-russa emocional e a amargura são devastadoras”, acrescentou a mulher que vive em Colchester, Essex.
Infelizmente, esse lado sombrio foi o caso do seu nono bebé: “Este menino foi criado acidentalmente com um ato de amor entre o meu companheiro Paul e eu. Não o sabíamos quando o entregámos”, contou.
“As pessoas perguntam: ‘Como é que podes dar este bebé sendo que este é teu?’, mas muitos dos bebés que eu dei são meus biologicamente. A diferença era que ele também era de Paul. Nunca parámos de pensar nele. Vivemos na esperança de que ele esteja ciente de nós e, quando fizer 18 anos, gostasse de nos ver”, explicou.
Mas afinal o que aconteceu? Eis a explicação
Em 2003, Carole concordou em ser barriga de aluguer para uma mulher do Reino Unido, através da inseminação de esperma do marido desta. As barrigas de aluguer foram aconselhadas a não ter relações sexuais com os companheiros até que estivessem grávidas, mas Carole não seguiu o conselho. “Eu nunca prometi que não teria relações sexuais, mas o meu marido e eu tomámos precauções”, afirmou.
Carole deu à luz em junho de 2004, acreditando que o bebé era filho de outro casal, criado a partir do seu óvulo, mas com o esperma do outro homem. No entanto, seis semanas após o nascimento do menino, o casal realizou um teste de DNA e descobriu que o bebé tinha sido concebido com o esperma do marido de Carole. “Foi uma situação terrível para todos. Lembro-me de dizer repetidamente à agência de barriga de aluguer: ‘Eles querem-no?’. Como barriga de aluguer tu estás a ter um bebé para outra pessoa. Não crias vínculos, não te preparas para um filho. Na verdade, há nove meses que estás a distanciar-te mentalmente do bebé”, esclareceu.
“Mas também tivemos que tomar uma decisão – o que faríamos se eles o devolvessem? E o que faríamos agora que sabíamos que ele era biologicamente nosso?”, disse ainda. Paul, de 69 anos, é o segundo marido de Carole e nunca tiveram filhos juntos, embora ambos tenham filhos de relacionamentos anteriores.
A derradeira decisão
Carole e Paul ainda ponderaram adotar o bebé. “Tivemos uma conversa honesta e aberta sobre se ficaríamos com ele ou o colocaríamos para adoção. No final, Paul tomou a decisão. Ele disse: ‘Se eles não o quiserem, nós trazêmo-lo’. Decidimos que se eles ainda o amassem e quisessem mantê-lo, deixávamos ficar com ele”, recordou. O casal acabou por ficar com o bebé.
Não foi uma decisão fácil, mas a norte-americana, que tem duas filhas, não se arrepende. “O bebé era diferente porque também era do meu companheiro – e não tínhamos tido um filho juntos. Embora tenha sido uma decisão agonizante, ainda acho que foi a certa para ele e para os pais. Passei nove meses a acreditar que esta criança era deles e a distanciar-me psicologicamente dela”, explicou.
Carole ainda manteve contacto por correio durante algunas anos, mas as cartas eventualmente pararam, e admite que já procurou o filho nas redes sociais e encontrou uma foto dele no Facebook. “É uma curiosidade natural se criaste um ser humano”, afirmou. Agora, o casal espera conhecê-lo quando este completar 18 anos.