Dois irmãos britânicos, Hayden, de 18 anos, e Tia, de 15 anos, tiveram a infância marcada por cirurgias e transplante. Ambos os jovens lutaram contra um problema cardíaco incapacitante. Foram anos muito duros para os pais, Stacy Watkins e Dan Price, e agora são eles que estão no hospital.
Stacy, de 38 anos, foi diagnostica com cancro cervical terminal e Dan, de 41 anos, descobriu um tumor na coluna. Como se isso não bastasse, o casal de Reading, Inglaterra, tem apoiado os pais depois dos seus diagnósticos de cancro: a mãe de Dan luta contra um cancro no pulmão (estadio IV) e o pai de Stacy está em estado terminal com a mesma doença.
“Tem sido literalmente um turbilhão, está a vir para nós de todos os ângulos. Uma dessas coisas que acontecem na vida é mau o suficiente, mas todas as coisas a acontecer ao mesmo tempo é como viver no teu próprio filme de terror”, disse Dan numa entrevista exclusiva ao The Mirror.
“Tivemos que nos sentar com as crianças e dizer-lhes que o seu avô tem cancro e não parece bom. A minha mãe está a lutar contra o cancro de pulmão. Ela já teve um pulmão removido, mas regressou, então tivemos que dizer-lhes que a avó deles também tem cancro. Ainda tivemos que nos sentar com eles novamente e dizer que a mãe deles tem cancro. Depois, tivemos que dizer que não é apenas isso, também tenho um tumor e irei precisar de uma operação”, explicou.
Os filhos de Stacy e Dan nasceram com uma doença cardíacas congénitas. Hayden precisou de quatro marca-passos desde que nasceu e Tia passou um ano e meio no hospital enquanto lutava pela vida antes de ter realizado um transplante de coração quando tinha apenas quatro anos.
A vida desta família não tem sido fácil, mas tornou-se um pesadelo depois de em outubro do ano passado Stacey ter sido diagnosticada com uma forma rara e incurável de cancro cervical, que já se espalhou para o fígado e pelve. Como descobriu? “Tenho que fazer uma infusão venosa mensal para o lúpus [foi diagnosticada aos 15 anos]. Fui fazê-lo como faço sempre antes do meu tratamento. O médico ligou-me às 5 da manhã e disse-me para ir às urgências imediatamente”, recordou.
“Achei um pouco estranho porque já fiz tratamento de lúpus tantas vezes.Explicaram que tinham encontrado uma massa e era cancro. Perguntei: ‘quanto tempo tenho e tem cura?’. Ela disse-me que sem tratamento eu teria semanas a meses e com tratamento seriam mais meses, mas não anos. Foi horrível”, acrescentou.
Apesar de estar a fazer quimioterapia, os médicos alertaram que é improvável que Stacey sobreviva mais de 12 meses. Entretanto, a família ficou em choque quando Dan, que sofria de dores no pescoço e nas costas, também tinha um tumor a pressionar a coluna.
Devido à Covid-19, o homem está à espera para saber se é benigno ou maligno e irá precisar de ser submetido a uma operação para o remover, no entanto, este procedimento poderá deixá-lo paralisado, cego ou provocar-lhe um derrame. “Está a milímetros da minha medula espinhal e tronco cerebral. Eles querem tirar tudo, mas se cresceu ao redor da medula espinhal e de todos os nervos, é ainda mais arriscado”, explicou Dan.
Esperança é a última a morrer
Ansiosos por notícias de esperança, a família está agora a tentar arrecadar mais de 106 mil euros, através de uma página de GoFundMe, para pagar um tratamento experimental e pioneiro para prolongar a vida de Stacey ou curar o cancro, segundo o jornal britânico. Com a ajuda de familiares e amigos, estão à procura de especialistas em todos o mundo que possam salvá-la. “Eu não quero deixar os meus filhos ou o Dan. Eu adoro ser mãe, acho que é o melhor presente que se pode ter. Ser informada que tenho mais tempo e não tenho que deixá-los seria incrível”, disse Stacey.
“Para superar o que tivemos com os nossos filhos e depois ter isto atirado contra nós… Somos uma família forte e vamos superar isto de uma maneira ou outra, estamos determinados”, rematou Dan.