Quando Jaiden Ashlea fez um teste pré-natal, em março, o seu filho, Levi James, foi diagnosticado com espinha bífida, uma anomalia congénita do sistema nervoso que se desenvolve nos dois primeiros meses de gestação. Foi um choque para a jovem de 23 anos que vive em Jacksonville, Flórida.
Inicialmente, os médicos disseram-lhe que o bebé iria nascer com “morte cerebral” e que não teria oportunidade de ter qualidade de vida. “Lembro-me de dizer a mim mesma: ‘Isto não é real, isto não está a acontecer’”, contou Ashlea, citada pelo New York Post, acrescentando que os médicos a encorajaram a interromper a gravidez. “Foi um pesadelo”, afirmou.
Entretanto, Jaiden decidiu ouvir uma segunda e terceira opinião de especialistas em Orlando, que fica a pouco mais de duas horas da sua casa. Foi então que descobriu que havia esperança para o seu filho e é exatamente isso que conta num vídeo publicado nas redes sociais e que conta com milhares de visualizações. “Dando à luz o meu bebé para ele ser colocado novamente e em 11 semanas nascer outra vez”, escreveu na descrição.
“O nosso filho foi diagnosticado com espinha bífida às 19 semanas. No início disseram-nos que não havia esperança, ele teria morte cerebral. (…) Encontrámos uma equipa de médicos em Orlando, especializados em cirurgia fetal aberta para reparar o defeito do tubo neural”, começou por explicar.
“Eles basicamente abriram-me por cesariana, arranjaram o defeito nas costas dele, fecharam-me novamente e fiquei grávida outra vez. É muito comum acontecerem contrações e o trabalho de parto prematuro é sempre o maior efeito ou impacto da cirurgia”, acrescentou, referindo ainda que os médicos encheram a área com solução salina e tornou-se o líquido amniótico novamente.
Opinião de especialista
“Cerca de um em cada cinco daqueles que são encaminhados para avaliação será elegível e disposto a submeter-se à cirurgia”, explicou Michael Bebbington, especialista em medicina materno-fetal do Barnes-Jewish Hospital, ao The Sun. “Há um pequeno risco de morte por prematuridade extrema ou morte durante ou após a cirurgia. Decidir submeter-se à cirurgia é uma decisão difícil para todas as famílias que vemos. Fico impressionado com o que as mães estão dispostas a passar para tentar dar aos seus bebés uma oportunidade melhor de vida”, destacou.
Jaiden foi a 31ª mulher a fazer a cirurgia no hospital, um dos 12 centros do país que realizam o procedimento. Depois de ter passado pela cirurgia de seis horas, Jaiden Ashlea – que terá que estar em repouso absoluto – deverá dar à luz “pela segunda vez” em julho. Apesar dos médicos terem visto melhorias como uma maior frequência de movimentos, o bebé precisará provavelmente de fazer fisioterapia até atingir pelo menos os 18 anos.