Espanha pode tornar-se no primeiro país da Europa com uma licença menstrual de três dias

Projeto de lei de proteção dos direitos sexuais e reprodutivos debatido na próxima semana em Conselho de Ministros, com a lei do aborto também em tema de análise.

PRODUCTION – 30 March 2022, Berlin: ILLUSTRATION – A woman holds a hot water bottle to her lower abdomen while lying in bed. (posed scene) Many sufferers of the abdominal disease endometriosis suffer from severe symptoms and associated restrictions in everyday life. (To dpa: “Mysterium Endometriose – When the period becomes a torment”) Photo: Annette Riedl/dpa (Photo by Annette Riedl/picture alliance via Getty Images)
PRODUCTION – 30 March 2022, Berlin: ILLUSTRATION – A woman holds a hot water bottle to her lower abdomen while lying in bed. (posed scene) Many sufferers of the abdominal disease endometriosis suffer from severe symptoms and associated restrictions in everyday life. (To dpa: “Mysterium Endometriose – When the period becomes a torment”) Photo: Annette Riedl/dpa (Photo by Annette Riedl/picture alliance via Getty Images)

SIC Mulher

O Governo espanhol vai debater na próxima terça-feira a nova lei do aborto elaborada pelo Ministério da Igualdade.

Entre as principais novidades do projeto-lei, a que o El País teve acesso, está a possibilidade de as jovens a partir de 16 anos poderem abortar sem autorização dos pais, uma licença de três a cinco dias para menstruações dolorosas e interrupções voluntárias da gravidez, licença pré-natal remunerada a partir da 36ª semana e os centros educativos terão de oferecer, gratuitamente, os produtos necessários à menstruação.

Em causa está uma nova lei e não uma reforma da anterior, em vigor desde 2010. O Ministério da Igualdade incluiu no novo projeto lei uma cláusula de revogação da lei anterior de modo que esta deixaria de estar em vigor e será necessária maioria absoluta do Congresso para aprovar o novo texto.

ABORTO A PARTIR DOS 16 ANOS E SEM AUTORIZAÇÃO DOS PAIS

Na nova lei, o Governo de esquerda quer tornar o aborto mais amplamente disponível, removendo a exigência de permissão dos pais para jovens de 16 e 17 anos e garantindo o acesso a interrupções em hospitais públicos.

O aborto, segundo a lei atual possível até às 14 semanas de gravidez, continua a ser uma questão polémica neste país de maioria católica. Atualmente, há muitas zonas do país onde não é possível fazer um aborto devido porque os médicos se recusam por motivos éticos.

Recentemente, o Parlamento determinou ser crime perseguir ou intimidar mulheres para impedir o seu direito ao aborto em resposta a protestos frequentes do lado de fora das clínicas de aborto.

LICENÇA MENSTRUAL

O documento inclui a saúde menstrual como parte do direito à saúde, que deve ser igual para todos em todos os níveis de saúde e sem distinção de local de residência e especifica que serão combatidos os estereótipos e mitos sobre a menstruação que ainda existem e que dificultam a vida das mulheres”, refere o El País.

Entre as medidas propostas estão a licença médica de três dias com a possibilidade de extensão para cinco “para quem apresenta períodos incapacitantes: dores intensas, cólicas, cólicas, náuseas, tonturas e vómitos que algumas mulheres sofrem a cada ciclo”.

Caso a proposta seja aprovada, a Espanha será o primeiro europeu a reconhecer o direito a uma licença devido a dores menstruais, como acontece em países como o Japão, a Coreia do Sul, Indonésia e Zâmbia.