Usar um medicamento indicado no tratamento de disfunção erétil para salvar uma mulher que estava em coma devido à Covid-19 pode parecer absurdo, mas foi o que aconteceu a Mónica Almeida. A enfermeira portuguesa, que mora e trabalha em Gainsborough, na Inglaterra, estava internada há 28 dias e faltavam apenas 72 horas para a máquina ser desligada, tempo este concedido para os pais chegarem de Portugal para a despedida.
De acordo com o The Sun, Mónica, que é asmática, testou positivo para a Covid-19 no passado dia 31 de outubro, apesar de ter as duas doses da vacina. No entanto, o seu quadro clínico piorou e teve que ser internada no dia 9 de outubro. Uma semana depois foi transferida para a unidade de terapia intensiva e no dia 16 de novembro foi colocada em coma induzido.
Mónica foi medicada com fármacos alternativos, uma vez que tinha assinado um documento a autorizar, mas sem sucesso. Numa última tentativa de salvar a vida da enfermeira, os médicos tomaram a decisão de administrar uma dose extra de Viagra, sendo que uma das suas funções é dilatar os vasos sanguíneos e abrir as vias respiratórias. E resultou. Mónica, que tem dois filhos, de 9 e 14 anos, reagiu ao tratamento e começou a respirar sozinha, tendo atingindo metade da capacidade respiratória em três dias.
A enfermeira despertou do como no dia 14 de dezembro e pôde ir passar o Natal com a família.“Eu poderia ter morrido com apenas 37 anos, mas continuei a lutar”, disse ao jornal britânico. “Foi definitivamente o Viagra que me salvou. Em 48 horas, abriu as minhas vias respiratórias e os meus pulmões começaram a responder”, acrescentou.
Quando acordou, a profissional de saúde ficou incrédula ao falar com o enfermeiro que conhecia: “Ele disse-me que era Viagra, eu ri e pensei que ele estivesse a brincar. Mas ele disse ’Não, é mesmo a sério, recebeste uma grande dose de Viagra’. Foi o meu pequeno milagre de Natal”, recordou.
No entanto, Mónica Almeida deixou um apelo: “Existem pessoas que dizem que a vacina mata pessoas. Não estou a negar que existam pessoas que reagem e ficam mal com a vacina, mas quando olhamos para o número de mortes que temos em pessoas não vacinadas, há uma grande mensagem aqui para receber a vacina”, disse.