Uma investigação do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos (DOL) fez uma descoberta apavorante: 305 crianças menores de 16 anos trabalhavam mais do que o permitido legalmente – e duas crianças de 10 anos trabalhavam sem remuneração – em 62 locais em quatro estados (Kentucky, Maryland, Indiana e Ohio).
De acordo com o The Huffington Post, três franchisings do McDonald’s – Bauer Food LLC, Archways Richwood LLC e Bell Restaurant Group I LLC – foram multadas num total de 200 mil dólares (cerca de 193 mil euros). As duas crianças de 10 anos, cujos nomes não foram revelados por motivos legais, preparavam e serviam refeições numa cadeira de fast food em Louisville.
Por vezes, esses menores “trabalhavam até às duas da manhã” e “preparavam e distribuíam pedidos de comida, limpavam a loja, trabalhavam na janela do drive e operavam numa caixa registadora”. E mais: “uma das crianças tinha permissão para operar uma fritadeira, tarefa proibida para trabalhadores menores de 16 anos”.
A Bauer Food LLC, em Louisville, empregava um total de 24 crianças menores de 16 anos e fazia-as “trabalhar mais do que as horas permitidas legalmente”. Como resultado, os menores “às vezes” trabalhavam ilegalmente em turnos longos ou muitos turnos ao longo da semana – o que ocorria quer “tivessem aulas ou não”.
As leis federais de trabalho infantil regulam o tipo de trabalho que os funcionários menores de 18 anos podem realizar, assim como as horas que podem trabalhar. Nos EUA, jovens de 14 (idade mínima) a 15 anos podem trabalhar apenas fora do horário escolar, não mais do que três horas nos dias em que têm aulas e não depois das 19 horas.
“Muitas vezes, os empregadores não seguem as leis de trabalho infantil que protegem os trabalhadores jovens. Sob nenhuma circunstância deve haver uma criança de 10 anos a trabalhar numa cozinha de fast food perto de churrasqueiras, fornos e fritadeiras“, afirmou Karen Garnett-Civils, responsável distrital pela área de salários e horários de trabalho.
Esta terça-feira, 3 de maio, a Bauer Foods disse à CNN que as crianças de 10 anos eram filhas de um gerente noturno e estavam apenas de visita, não estando autorizadas pela gerência a executar aquele tipo de tarefas.
Tiffanie Boyd, vice-presidente sénior e diretora de Recursos Humanos do McDonald’s EUA, também prestou declarações ao mesmo canal: “Esses relatórios são inaceitáveis, profundamente preocupantes e vão contra as altas expectativas que temos para a marca McDonald’s”.