Diogo Infante e Rui Calapez estão juntos há mais de 30 anos, tendo casado em outubro de 2013. Atoram Filipe em 2011, quando o filho tinha 8 anos. Durante muito tempo, o ator manteve este segredo.
No podcast ‘Um Homem Não Chora’, do Público, Diogo explicou como tudo se desenrolou. “O meu filho foi uma alavanca fundamental porque, ao devolver esta responsabilidade da paternidade e lhe proporcionar padrões, modelos e exemplos, não podia pedir ao meu filho e dizer ‘aceita as tuas diferenças – ‘Sim, és um menino adotado. Sim, não és branco’ – quando eu próprio não o estava a fazer“, começou por explicar.
“O que decidi, em primeiro lugar, foi assumir o meu filho. Ele já estava connosco há alguns anos. ‘Isto já dura há demasiado tempo, ele existe, é demasiado importante para o manter em segredo. Eu não quero porque tenho tanto orgulho nele’. Contactei o Expresso e propus-lhes dar uma entrevista para falar nisso. Queria assegurar que a forma como o ia fazer era digna e não era desvirtuada”, explicou.
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Em junho de 2010, Portugal adotou a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “O Filipe foi o primeiro a dizer ‘então agora vocês já podem casar’. Isso representava, na altura, que a adoção tinha sido singular, não era permitido a coadoção para pessoas do mesmo sexo”, contou.
“Eu pensei ‘se me acontecer alguma coisa, o Filipe mais uma vez fica desprotegido, mas se eu me casar, o meu marido tem preferência sobre ele se me acontecer alguma coisa. Foi este o pensamento que me levou a agir. Eu sabia o risco que estava a correr no sentido disto se tornar público, mas era incomparavelmente pequeno com o benefício de lhe dar uma segurança. As coisas escaparam-nos e fomos parar à capa de um jornal e não restava outra coisa senão assumir o casamento. Foi, curiosamente, um enorme alívio“, recordou.
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