A água é um elemento essencial na vida de cada ser humano para Abigail Beck causa um desconforto extremo. A adolescente norte-americana de Tucson, Arizona, nos Estados Unidos, é alérgica à água e foi recentemente diagnosticada em abril deste ano com urticária aquagénica.
Os sintomas surgiram há quase três anos no início da puberdade. “Demorou muito tempo a ser diagnosticada. Ela [doença] progrediu lentamente e começou a piorar com o tempo. Quando chovia, doía muito, parecia ácido. Perguntei à minha mãe se a chuva parecia um ácido quando chovia, e ela disse que não“, contou ao Daily Mail.
Durante a entrevista, a jovem confessou que tinha receio de parecer ‘louca’ perante os médicos que consultou.
As lágrimas são dolorosas
“As minhas próprias lágrimas causam uma reação em que meu rosto fica vermelho e ‘queima’ muito. Eu choro como uma pessoa normal e dói. As lágrimas são uma das piores partes disso, porque quando choras, as tuas lágrimas não devem queimar a tua pele”, exemplifica.
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Os banhos e a chuva
Toma banho a cada dois dias, mas o processo não é fácil. “Quando tomo banho começa de forma ligeira até, mas depois vem a erupção, os pontos vermelhos, e depois desenvolve-se em urticária. Quando saio do banho é que a reação começa mesmo a manifestar-se e tenho que secar-me o mais rápido possível. Deixo a água correr e afasto-me enquanto lavo o meu cabelo“, descreve em detalhe. Anti-histamínicos e esteroides são necessários.
No estado de Arizona, não falta calor e a chuva não é abundante. Quando tal acontece, Abigail tenta não sair de casa, mas se não houver outra hipótese o ritual é o mesmo e não falha. Não mostra nenhuma cama de pele e usa três pares de calças. E beber água?
Beber água causa vómitos e o contacto direto causa erupções cutâneas. Para se manter hidratada, Abigail escolhe bebidas energéticas com baixo teor de água, embora já tenha tido reações severas quando optou por uma sem ler o rótulo antes. Desde então, a leitura é obrigatória, “mas quase tudo tem água“. A jovem toma regularmente comprimidos de reidratação.
Das raras vezes que bebe água, já lá vai mais de um ano, anti-histamínicos são necessários. A hidratação venosa é uma alternativa que a jovem considera caso a doença progrida, mas não esconde o receio do futuro, já que a doença não é muito conhecida pela comunidade científica. “Tive que educar os meus médicos”, adianta.
“Quando digo às pessoas que sou alérgica à água, as pessoas pensam que é absolutamente ridículo e muitas ficam chocadas com isso. Sempre apontam o facto dos nossos corpos serem feitos de água“, recorda.