Lúa é uma cadela amada por todos por uma freguesia inteira. Os moradores da localidade de Pontenova, em Tui, na Galiza, adotaram-na há alguns anos quando apareceu errante a vaguear à procura de carinho – e tornou-se família.
Um dos moradores, José Manuel Caballero, conheceu Lúa na pastelaria A Cancela, onde ambos tomam o pequeno-almoço todos os dias. Sabe todas as aventuras da cadela e da alegria que espalha pela vizinhança. “A Lúa é uma instituição e muito respeitada por ser uma boa vizinha e partilhar o seu tempo com todos”, disse ao jornal La Voz de Galicia.
Porém, recentemente, um caçador português reconheceu-a e tentou levá-la no seu carro alegando que era o dono e que a tinha perdido há uns anos porque escapou do atrelado. Após mais de uma hora de negociação, acabou por soltar a cadela que mostrava “desconforto” no porta-bagagens.
“Disse-lhe que Lúa já é uma moradora de Pontenova. É uma cadela muito querida e popular aqui. Mas como ele não acreditou muito, tive que explicar-lhe que ela até fazia parte de um livro que estou a escrever e que íamos publicar a sua história no jornal porque era importante para todos“, contou Caballero.
“Queremos que a Lúa continue a viver feliz aqui com todos os seus amigos e vizinhos, por isso queremos tornar visível o quão fundamental é o dia-a-dia do bairro”, afirmou.
“É aqui que a Lúa quer e tem que estar”
Lúa divide o seu dia-a-dia com vários moradores da região. A cadela não esquece o primeiro lugar que a acolheu: desloca-se diariamente à oficina Electromiño, onde lhe deram o primeiro banho e comida. “É uma autêntica segurança no trabalho. Está sempre atenta. Se existir um cabo solto ou um ferro caído, ela dá logo sinal de perigo”, contaram os moradores ao jornal.
Tem uma cama para dormir no posto de gasolina e de manhã vai sempre à padaria, onde os moradores a cumprimentam. Entre as suas tarefas também está o acompanhamento das crianças que esperam pelo autocarro da escola todas as manhãs e, há alguns meses, começou a acompanhar moradora ao médico. “Vai com ela ao Centro de Saúde e espera-a no exterior. Voltam juntos”, explicaram.
“Quem a conhece sabe que ela só perde a paciência quando vê atrelados de animais e agora sabemos a razão. É aqui que a Lúa quer e tem que estar”, defenderam.
Não se sabe se o caçador português voltou para a tentar levar novamente.