Jayne e David Huddleston, que vivem em Wistaston, Inglaterra, passaram quase 30 anos sem realizar o sonho de ter filhos em comum e o motivo é bizarro. É que não estava relacionado com um problema de fertilidade, mas sim com um método contraceptivo.
Em 1990, um ginecologista disse à mulher de 63 anos que o DIU que tinha sido colocado há um ano tinha caído. Por isso, Jayne colocou outro dispositivo intrauterino. No entanto, dois anos depois, decidiu retirá-lo quando quis engravidar, de acordo com o Independent.
Durante anos, Jayne sofreu com sintomas como menstruação abundante, sangramento, dor de barriga e até mesmo infeções. Como não conseguia engravidar, recorreu à fertilização in vitro entre 1992 e 2002, mas todas os oito tratamentos foram sem sucesso, sendo que seis deles com financiamento privado que custaram milhares de euros.
Só em 2019, quando Jayne se queixou de dores nas costas e fez exames, é que descobriu que aquele primeiro DIU ainda estava no seu corpo. Foi preciso submeter-se a uma cirurgia para o retirar.
Mesmo com todos aqueles sintomas mencionados acima, o médico dizia-lhe que o que ela sentia era hormonal e que não havia motivo para se preocupar. “Lembro-me que a certa altura, o David perguntou ao médico se eles tinham a certeza de que não havia mais nenhum DIU. Disseram-nos que não, que teria aparecido nos exames”, recordou.
“Apesar de outras tentativas, não engravidei”, lamentou. O casal acabou por desistir de tentar. Mas 29 anos descobriu o verdadeiro motivo: “Quando me disseram em 2019, após o exame, que ele podiam ver o DIU, não consegui acreditar. Fiquei devastada. Estava a chorar e só conseguia pensar nos bebés que eu e o David deveríamos ter tido. Foi um choque”, relembrou.
“Teve uma impacto devastador”
Posteriormente, Jayne contratou uma advogada especializada em negligência médica para processar o médico e recebeu uma foi indemnização de seis dígitos. “Tudo o que eu e o David queríamos era ter um filho juntos para formar uma família completa”, disse, referindo que depois do DIU ter sido retirado os sintomas desapareceram, mas “não tenho a certeza se algum dia iremos superar a dor psicológica dos últimos 30 anos”.
Zoe Donohue, que representou o casal, disse que “é um caso incrivelmente incomum, mas igualmente perturbador, que teve uma impacto devastador na Jayne e no David”.
A advogada acredita que a sua cliente “não só sofreu sérias complicações físicas durante 29 anos, como tragicamente lhes foi negada a oportunidade de ter o bebé que tanto desejavam e, consequentemente, tiveram que suportar o transtorno psicológico de inúmeras tentativas fracassadas de fertilização in vitro”. E mais: Zoe disse que um simples raio-X deveria ter sido feito.
O ginecologista responsável pelo caso do casal já não está mais a exercer.