Esta segunda-feira, dia 28, Sergiy Kyslytsya, embaixador ucraniano na ONU, leu uma alegada troca de mensagens (ver vídeo abaixo) entre um soldado russo e a sua mãe para a Assembleia Geral. Terão sido os últimos momentos de vida do soldado que morreu durante a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Porque demoraste tanto tempo a responder? Estás mesmo em exercício militares? – pergunta a mãe ao filho soldado.
– Mãe, já não estou na Crimeia. Não estou em sessões de treino – respondeu o soldado.
– Onde estás então? O pai está a perguntar se te pode enviar uma encomenda.
– Que tipo de encomenda é que me podes enviar, querida mãe? Só me quero enforcar agora.
– De que estás a falar? O que aconteceu?
– Mãe, eu estou na Ucrânia. Há uma guerra real a decorrer aqui. Tenho medo. Estamos a bombardear todas as cidades ao mesmo tempo, até atacamos civis. Foi-nos dito que seríamos recebidos de braços abertos e eles estão a cair para debaixo dos nossos veículos, atirando-se para debaixo das rodas e não nos deixar passar. Chamam-nos fascistas. Querida mãe, isto é tão difícil
“Vejam a magnitude desta tragédia. (…) Foram mortos centenas de ucranianos, dezenas eram crianças… e continua e continua e continua. Portanto, imaginem estas pessoas mortas mesmo ao vosso lado enquanto ouvem o meu discurso“, pediu Kyslytsya na ONU, que trocou acusações com o russo Vasily Nebenzya.
As mensagens – que só foram verificadas por fontes ucranianas –surgiram no quinto dia da invasão russa à Ucrânia.
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