Foi o ano passado que o cavaleiro João Moura foi acusado de maus tratos animais. O caso, que se tornou público, expunha o mau estado em que o cavaleiro mantinha uma matilha de galgos para corridas. Contudo, aquilo que poderia ser uma história triste, tornou-se numa história com final feliz.
Alguns dos cães do cavaleiro fugiram da Herdade de Monforte, em Portalegre, e foram resgatados pelo O Cantinho da Milú – um abrigo de animais em Setúbal – onde Anúbis, um dos galgos, viria a conhecer a sua futura família.
“Os cães vinham em bastante mau estado. Ele veio com um fungo que atingia o pelo e a pele, tinha muitas falhas, muitas crostas“, recorda a atual dona Patrícia Babo, de 32 anos, entrevistada pela MAGG.
Patrícia e o namorado começaram por ajudar o cão que, mais tarde, adotaram através de comparticipações nas suas despesas. Depois de algum tempo, O Cantinho da Milú sugeriu que o adotassem. Isto porque já tinham tido algumas propostas de interesse mas receavam que o cão voltasse às corridas.
“Na altura, tínhamos três cães. Não tínhamos de todo pensado nisso, mas fez-nos sentido“, reconhece a atual dona à publicação. Foi amor à primeira vista. “Mal nos viu, ficou super feliz. Não nos largou”, afirmou.
A primeira fase, foi de adaptação. Mas atualmente, Anúbis é um cão feliz, divertido e muito carinhoso. “Estranhou o movimento da cidade. Tinha bloqueios de parar no meio da rua durante 20 ou 30 minutos“, explicou Patrícia, deixando claro que, apesar de tudo, “sempre foi um cão muito sociável, sempre se chegou muito às pessoas e procurou muito miminho“.
Nas redes sociais, Patrícia Babo partilhou um artigo do Público sobre Anúbis e referiu que apenas aceitou dar a entrevista “porque não aceita que este assunto caia no esquecimento“. “Não temos medo de represálias por dizermos a verdade e há uma coisa que levamos muito a sério: as promessas. Nós prometemos ao Anúbis, que íamos levar esta luta até ás últimas instâncias e estamos dispostos a cumprir… sem medo!”, escreveu.
“Para uns, tanto o Anúbis como a Olívia (os nossos galgos) foram apenas mais uns, mas para nós são os nossos meninos, aqueles a quem carinhosamente chamamos de ‘Herdeiros’, porque são atualmente cães que vivem uma vida digna, longe do caos, da fome, da negligência e a quem nada lhes é exigido a não ser aproveitar a vida e serem felizes… até ao resto da vida deles”, acrescentou.