A tragédia que obrigou sobreviventes a alimentarem-se de cadáveres: como estão eles agora?

Passaram fome e frio. O mundo pensava que estavam mortos. A história de sobrevivência que choca até aos dias de hoje.

Chilean Army officers escort Uruguayan rugby player Fernando Parrado (center, left photo) following his arrival after he and fellow survivor hiked from the crash site in the snow covered Andes mountains. At right, crash survivor Carlos Paez is joyfully reunited with his father after being flown by a rescue helicopter from the crash site. (Photo by Bettmann Archive/Getty Images)
Chilean Army officers escort Uruguayan rugby player Fernando Parrado (center, left photo) following his arrival after he and fellow survivor hiked from the crash site in the snow covered Andes mountains. At right, crash survivor Carlos Paez is joyfully reunited with his father after being flown by a rescue helicopter from the crash site. (Photo by Bettmann Archive/Getty Images)

SIC Mulher

Imagine o cenário: um avião que transporta 45 pessoas cai numa parte remota dos Andes, matando grande parte dos passageiros. Esta é uma história verídica que aconteceu no dia 13 de outubro de 1972 e que serviu de inspiração para o novo filme da Netflix, ‘A Sociedade de Neve’. E, claro, está a colar os telespectadores ao ecrã.

Tudo começou quando uma equipa de râguebi, os Old Christians Club, e amigos e familiares, partiram de Montevidéu, capital do Uruguai, com rumo a Santiago, no Chile, para competirem contra uma equipa inglesa.

Infelizmente, o avião da Força Aérea uruguaia chocou contra uma montanha na cordilheira dos Andes. 33 pessoas sobreviveram ao drástico impacto, sendo que o avião perdeu as asas e parte da cauda.

O desastre deu início a um dos maiores e mais brutais feitos de sobrevivência da história recente da América do Sul. Ao longo de mas de 70 dias, os sobreviventes ficaram sujeitos a adversidades extremas: fome, frio de 30ºC negativos, ar rarefeito, avalancha e até antropofagia, enquanto as autoridades os determinaram como desaparecidos e mortos.

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No decorrer desse tempo, o número de sobreviventes foi diminuindo, assim como os alimentos. A luta pela sobrevivência levou-os a fazer um pacto: caso não resistissem, os seus restos mortais poderiam ser usados como alimento para que outros sobrevivessem até ao resgate.

Uma avalanche também destruiu a fuselagem do avião, o que resultou na morte de oito pessoas, que acabaram ‘engolidas’ pela neve. Foi apenas no 72º dia que dois dos sobreviventes, Fernando Parrado e Roberto Canessa (que tinham 22 e 19 anos, na altura), decidiram partir para tentar obter ajuda.

Após 11 dias a vaguear pela neve, Fernando e Roberto encontraram um grupo de agricultores chilenos que os socorreram e ajudaram no pedido de socorro para as outras vítimas. Estavam 45 pessoas a bordo do avião, mas apenas 16 foram regressaram a casa com vida.

O que começou como a “Tragédia dos Andes” terminou como o “Milagre dos Andes”. Agora, 52 anos depois da tragédia, mostramos-lhe como estão os sobreviventes. 14 deles ainda estão vivos: José Inciarte faleceu no ano passado, aos 75 anos, vítima de cancro, de acordo com a AFP, assim como Javier Methol, em 2015, aos 79 anos.

Roberto Canessa (Photo by Amanda Edwards/Getty Images)
Reprodução Instagram, DR