A mãe de Archie Battersbee encontrou-o inconsciente, com uma ligadura no pescoço, no passado dia 7 de abril, na sua casa em Southend, Inglaterra. Desde o trágico incidente, o menino de 12 anos está em coma e os pais lutam para não desligarem as máquinas de suporte de vida.
Em entrevista à imprensa britânica, Hollie Dance disse que é possível que o filho tenha participado no perigoso desafio online, o ‘Blackout Challenge’, cujo objetivo é apertar o pescoço até ficar inconsciente devido à falta de oxigénio.
No entanto, esta segunda-feira, 25 de julho, o juíz decidiu que os médicos podem legalmente parar de fornecer tratamento de suporte de vida a Archie, de acordo com a BBC. Antes de entrar no tribunal de Londres, o pai de Archie, Paul Battersbee, foi transportado para o hospital: suspeita-se que sofreu um ataque cardíaco.
Os médicos do Royal London Hospital em Whitechapel diagnosticaram a criança com “morte cerebral” e recomendaram que o seu suporte de vida fosse desligado, assim como o ventilador. Porém, foi permitido um atraso de 48h para que a família pudesse apelar ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
“Enquanto o Archie estiver vivo, eu nunca vou desistir dele“
Embora os profissionais de saúde considerem que o menino está “sem sinais de vida” e “toda a função corporal é agora mantida por meios artificiais”. Hollie insiste que Archie é capaz de respirar sozinho. O Christian Legal Center, que está a apoiar o caso da família, divulgou um vídeo que querem apresentar como prova.
“Tudo aquilo que pedimos desde o início é que Archie tenha mais tempo e que os seus desejos e os nossos sejam respeitados. Enquanto o Archie estiver vivo, eu nunca vou desistir dele, ele é demasiado bom para que eu o faça”, afirmou Hollie num comunicado, citado pela BBC, após a decisão do tribunal.
A mãe de Archie acredita que quando o filho morrer deverá ser “do modo que Deus quiser e também no tempo de Deus”. “Qual é a pressa? Por que o hospital e os tribunais estão tão interessados em fazer isso o mais rápido possível? Não acredito que haja algo ‘dignificado’ em planear a morte de Archie. Para mim, este seria o resultado mais traumático”, questionou.
“Os pais precisam de apoio, não de pressão. É exaustivo passar por aquilo que passamos. Não deveríamos ter de lutar interminavelmente contra o hospital nos tribunais pelo que acreditamos ser o certo para Archie. Os principais juízes disseram-nos, no entanto, que esta é a lei: se assim for, a lei deve mudar”, acrescentou.