Tem 9 anos e sobreviveu sozinho em casa durante 18 meses. Mãe foi viver com namorada

A criança sobreviveu sem luz e água quente. Acabou por roubar os vizinhos para se alimentar, após a progenitora o ter abandonado.

Imagem meramente ilustrativa (Isabel Pavia/Getty Images)
Imagem meramente ilustrativa (Isabel Pavia/Getty Images)

SIC Mulher

Podia ser uma história de ficção de qualquer filme nomeado para os Óscares, mas é bem real. Corria o ano de 2020 quando um menino com apenas nove anos foi abandonado pela mãe numa pequena cidade de França, depois disso o inimaginável aconteceu.

Aquela criança terá vivido sem água quente, eletricidade e comida durante 18 meses. Permaneceu na casa onde vivia com a mãe e nunca faltou à escola. De acordo com o jornal ABC, continuou a apresentar bons resultados nas aulas e nunca deixou de fazer as tarefas relacionadas com a sua educação.

Tudo porque a mãe decidiu abandonar a vida familiar em Nersac, uma pequena cidade com pouco mais de dois mil habitantes, e ir para outra localidade viver com a companheira, de acordo com a TF1. Esta é a história de muitas famílias desestruturadas, mas o que é certo é que o menino resolveu manter a situação em segredo.

Criança roubou para sobreviver

Terá roubado pão, latas de atum e até tomates para se conseguir alimentar e, na escola, mostrou-se sempre “limpo” e com bom aproveitamento. Segunda o jornal espanhol, nem o pai ou os vizinhos da criança denunciaram a situação por que este passou.

Embora pudesse haver algumas desconfianças sobre o que estava a acontecer, nem a escola nem os serviços sociais detetaram que este havia sido abandonado pela mãe. Apenas uma vizinha se apercebeu do que realmente estava a acontecer, mas optou por não intervir.

“Eu e o meu marido percebemos que nos roubava algumas vezes, mas deixávamos. Tentámos falar com a sua mãe, que o visitava algumas vezes, mas disse para não nos metermos na situação”, disse uma vizinha, citada pela mesma publicação.

Apesar de ter sido abandonado, guardou segredo

Barbara Couturier, presidente da Câmara de Nersac, explicou que o menino se apresentou “sempre limpo” e continuou a ser “educado” e “bom estudante” para “se proteger a si e à mãe, que o visitava de vez em quando.”

Só em 2022, decorrido um ano e meio após o abandono, é que um vizinho resolveu dar o alerta às autoridades. Durante as investigações, os profissionais competentes perceberam que o apartamento, num prédio de dois andares, se encontrava vazio e havia falta de comida e de outras necessidades.

A criança foi acolhida por uma outra família, há cerca de seis meses, e nunca falou sobre a situação em que a progenitora o deixou. Agora, esta terá de cumprir uma pena de prisão durante um ano e meio e ainda seis meses com vigilância eletrónica.