Os especialistas alertam há mais de um ano: há uma séria probabilidade de vivermos uma nova recessão na Zona Euro. A incerteza mantém-se, no entanto, para o final do ano, apesar de termos por enquanto fintado a recessão.
Descubra o que é uma recessão, o que está a originar este fenómeno e descubra algumas formas de preparar a sua família para os tempos que aí vêm neste artigo do ComparaJá.pt.
O que significa recessão?
O termo recessão designa uma diminuição geral na atividade económica durante um determinado período de tempo. Considera-se que a economia entrou em recessão após dois trimestres consecutivos de queda no Produto Interno Bruto (PIB), descontado o efeito da inflação.
Portugal está longe de ser imune a este fenómeno. Pelo contrário, a atividade económica atravessou seis recessões desde a década de 80.
O que origina uma recessão?
Até certo ponto, a contração da economia é considerada como uma fase normal e expectável. A economia, por natureza, é dinâmica e cíclica, pelo que implicará sempre quedas e ascensões ao longo do tempo. No entanto, para justificar uma recessão, há normalmente fatores bem definidos.
1. Conflitos armados
Um dos fatores que contribui para a recessão que paira sobre Portugal neste momento está associado ao conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, ainda sem fim à vista.
2. Catástrofes ambientais e sanitárias
A mais recente pandemia levou à recessão global, não só pela influência direta da doença, mas sobretudo pelas medidas de restrição sanitária impostas pelos governos. Mesmo depois de a pandemia estar relativamente controlada, os efeitos ainda se fazem sentir, sendo que a recuperação que poderia existir pós-Covid está a ser travada pela guerra.
3. Decisões do Banco Central Europeu
A este panorama junta-se agora uma atitude mais reativa e determinada dos bancos centrais em fazer subir os juros para combater a inflação, criando-se assim as condições para uma recessão mundial.
O aumento de juros origina maiores dificuldades para as famílias portuguesas fazerem face aos compromissos financeiros, como os créditos que possam deter, e obriga a uma reformulação mais prudente e acautelada de hábitos de consumo, inclusivamente reduzindo-o a bens essenciais.
Como se preparar para a recessão?
1. Saiba para onde vai o seu dinheiro
Faça uma folha Excel (ou use uma app) com todas as suas despesas semanais ou mensais. Registar tudo o que entra e sai é essencial para obter maior controlo sobre a sua vida financeira.
2. Reveja subscrições e renegocie despesas
Fique atento às variações na oferta de fornecedores de serviços, como luz ou gás, de operadoras de telecomunicações e serviços de streaming. Deve fazer isso em qualquer altura, de forma a manter-se informado, mas é especialmente importante que o faça para preparar uma recessão. Se encontrar mais barato, mude.
3. Construa o seu fundo de emergência
Este passo é essencial: ter e manter um fundo de emergência é importante para se estruturar financeiramente e para conseguir organizar-se em caso de perda repentina de rendimentos.
O valor recomendado pelos especialistas corresponde a, no mínimo, 6 meses do seu custo de vida, ou seja, o montante que lhe permita viver durante 6 meses sem qualquer entrada de dinheiro.
4. Evite dívidas
O foco será em conseguir manter o compromisso financeiro que atualmente tem com os créditos subscritos. Assim, se tinha planeado fazer algum tipo de investimento com recurso a crédito, talvez seja mais prudente adiar.
5. Reavalie os seguros e os créditos
Renegociar créditos e seguros pode representar uma poupança significativa no final do mês. Dada a oferta existente, é muito provável que encontre uma alternativa financeiramente mais vantajosa que lhe permita pôr de parte alguns euros por mês.
Faça também uma pesquisa sobre outros bancos que possam oferecer melhores condições. Em caso afirmativo, pondere fazer transferência de crédito para outras entidades e, assim, reduzir as suas prestações mensais.
6. Regularize as dívidas do cartão de crédito
Pondere canalizar o dinheiro que não está a gastar para abater as dívidas do cartão de crédito, e outras que possa deter. Fixe como objetivo livrar-se da dívida. Se possível, suspenda a utilização do cartão de crédito para não aumentar a dívida com outros gastos no cartão. Não caia na armadilha de pagar depois.