Nasci na ainda URSS. Os meus pais trabalhavam na Central Nuclear de Chernobyl e eu era só um menino quando o reator 4 explodiu, espalhando o seu veneno nos céus de Pripyat. Não houve nada a fazer pelos meus pais, ambos morreram devido à radiação. Eu sobrevivi sem problemas de saúde, sendo durante muito tempo visto como uma criança-milagre. Mas quando a euforia do acidente passou, fui simplesmente esquecido num orfanato de Kiev. Foi lá que o meu pai do coração me viu pela primeira vez.
O Olavo trouxe-me para Portugal com uma autorização especial por ser diplomata, mas apesar de me dar uma boa vida e de me amar como um filho, acho que o dececionei, pois nunca consegui integrar-me na família. Ou melhor, nunca consegui que a Vanda me aceitasse e quisesse adotar-me.
Apesar de já ter tido oportunidade de sair de casa, continuo a viver no anexo do jardim. Perto, mas ao mesmo tempo longe. Alguma coisa me diz que não devo deixar o meu pai e que ele ainda vai precisar muito de mim.
Não perca a grande estreia da novela ‘Sangue Oculto’, esta noite, na SIC.