Já não sou mais aquela menina que não tem noção das coisas. Por mais que a minha mãe insista em querer manter-nos numa redoma de vidro. Acredito que esteja a ser muito mais difícil para ela do que para mim, mas chega uma altura que é preciso cair na realidade e não há maneira de ela fazer isso.
O meu pai é outra conversa. Embora não consiga perdoar o que ele fez para vivermos no luxo, é meu pai e eu adoro-o. A minha mãe não sabe, mas nós costumamos falar por mensagem. Não sou idiota, sei bem que ele fugiu para não pagar as dívidas, que provavelmente está a viver à grande noutro país, enquanto nós passamos dificuldades. Mas sabem que mais? Também não queria um tostão daquele dinheiro sujo.
Acabei de entrar para a faculdade, no curso de Desporto e, adivinhem? Conheço o maior idiota do campus: Mário Apolinário. Mas, mesmo estúpido, o gajo é tão giro, tão giro… Quanto menos quero, mais penso nele!
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