“Agricultura é o meu corpo
Nova temporada de colheitas de amares
Tenho no peito cheiros de alfazema
Barragens de um sentir pleno, completo em valor fertilizante
Regas-me a vontade de um longo versejar
Entre lábios em estrelas cadentes
Cultivas-me o querer
Estrutura fixa
Condições climáticas no pomar das minhas emoções
Agricultura é o meu corpo
Tenho sementes que nascem em meus poros
Misturas de trigo duro em meus cabelos vermelhos
Dos cachos de cor de beterraba salarina
Armazenados de idiomas poéticos
Conservados à temperatura ambiente
Agricultura é o meu corpo
Acessas-me os poros na condução do teu tractor
Numa exploração agrícola idiomas em estufa
Ração diária de um sentimento
Agridoce de meus pecados
Associação de culturas temporárias
Agricultura é o meu corpo
Tenho na pele tatuagens de amar
Certezas de um declamar poesia em dialetos
No campo de meus escritos
Teores elevados de emoções
Terra lavrada de sedentas investidas
Segredos murmurados longe das câmaras
Apólice de seguro nos corações”