Sandra Santos foi vítima de violência doméstica durante anos até que um dia conseguiu fugir do marido agressor. Passou-se uma década e o que poderia ser uma história com final feliz, não é. A própria filha de Sandra será também, alegadamente, vítima às mãos do companheiro.
Recorde-se que Sandra estava emigrada em França e estava grávida quando a violência começou a acontecer. “Ele dizia-me de tudo, que eu não valia nada, que eu não prestava, que eu estava ali para o servir como mulher dele. Ainda hoje tenho as marcas no meu corpo”.
Sandra Santos revive agora o drama da violência doméstica através da filha, atualmente, com 20 anos. Depois de um ano a viver com a família do namorado, filha de Sandra engravidou mas a criança não trouxe nada de bom à relação: “Foi agredida quando tinha 4 meses de gravidez. Ela ligou-me a pedir socorro”.
O neto de Sandra tem agora 8 meses e a avó teme pela vida do bebé: “Temo não só pela vida do meu neto, como pela vida da minha filha. Uma mulher, mãe como sou, passei pela mesma situação da minha filha e acho que é muito complicado, uma avó e uma mãe ver uma filha passar pela mesma situação. Sinto, como mãe e como avó, que devo ajudar e pedir ajuda às pessoas que têm poder para fazerem isso. Porque se a violência doméstica é crime público, toda a gente pode ajudar. Toda a gente pode fazer alguma coisa, mas acho que hoje em dia, as pessoas têm medo de falar, e eu não tenho medo de falar. Estou aqui por amar a minha filha, por o amor que eu lhe tenho”, conclui.