Santiago Rodrigues tinha apenas cinco anos quando sofreu um acidente que lhe condicionou a existência para sempre… Não só a ele, mas a toda a família. Os factos aconteceram em Maio de 2012, em Vale Carneiro, Tomar. O Santiago sobreviveu à queda para o interior de uma fossa, mas ficou com uma incapacidade de quase 100 por cento.
O caso chegou a ser julgado três vezes e, das três o tribunal considerou que a culpa foi da criança.
O menino esteve internado entre a vida e a morte. Sobreviveu mas, como já explicámos, as sequelas foram muitas e graves, devido ao tempo em que esteve imerso naquela fossa.
Os médicos informaram os pais que a criança deixara de ver de falar, de andar, de comer pela própria mão e que usaria fralda para o resto da vida. Depois de um demasiado curto período de internamento para tentativa de reabilitação, o Estado abandonou o Santiago à própria sorte e à dos pais e avó. O pai, madeireiro de profissão, e a mãe, grávida na altura do acidente, desdobraram-se em esforços para conseguirem pagar, do próprio bolso, as despesas relacionadas com sessões de fisioterapia intensas, fraldas, tratamentos domiciliários e tudo o mais que possa imaginar. Tudo. E com o objectivo de garantirem ao menino a máxima qualidade de vida.
Infelizmente, na passada sexta-feira, faz hoje, precisamente, uma semana, Santiago Rodrigues morreu. Tinha 14 anos. Foi um lutador até ao fim, de sucessivas batalhas que duraram quase uma década. Toda a equipa do ‘Linha Aberta’ lamenta o desaparecimento do Santiago e envia as condolências à família.
