É uma casa muito degradada, mas é a morada de Filipe e Celeste Cardoso há 50 anos. A zona é considerada interesse urbanístico. O casal, septuagenário, garante que tem sofrido fortes pressões para abandonar o imóvel que é arrendado.
“É uma casa que conta uma história de vida” – criaram os filhos, têm muitas memórias em família apesar da desagregação contante e crescente que nunca foi sujeita a obras.
O acordo com os inquilinos da casa foi sempre de forma verbal, não existe nada por escrito, mas Filipe e Celeste sempre pagaram a renda todos os meses. Os novos proprietários estão a proceder a obras em redor da casa para remodelar as restantes e as transformar em habitações.
Há cerca de um ano o casal foi informado verbalmente que deveria abandonar esta casa, foi-lhes proposto o realojamento num T1 com aumento de renda perto do local onde vivem. No passado dia 29 de março receberam uma denúncia do contrato de arrendamento e têm 30 dias para sair deste espaço. A denúncia foi fundamentada na falta de habitabilidade e segurança da própria casa.
“Há mais de 50 anos que vivemos aqui e estamos a ser pressionados” – refere Filipe que leva consigo uma escova de dentes para usar quando vai ao café.
“Neste mundo não há respeito por ninguém” – Nuno, filho de Celeste e Filipe, já contactou a polícia, os bombeiros e a proteção civil onde esta última elaborou um relatório a dizer que a casa tem condições para habitar.
