Manuel e Matilde Marcos, de 75 e 80 anos, vivem em Covas do Ferro, Almargem do Bispo, Sintra, onde têm o seu terreno com os animais de companhia.
Tinham quatro cães, dois deles com chip. Manuel tinha no seu terreno um canil improvisado onde viviam três destes animais de porte pequeno e um deles dormia à porta da moradia para guardar a casa.
Cristina Pita, a cidadã que passou, inadvertidamente, por esta propriedade há um ano, pela primeira vez, considerou que os três cães pudessem estar ao abandono.
Cristina esclarece “fotografei os cães e fiz dois apelos através da rede social Facebook…”. No o próprio dia recebeu uma mensagem do responsável da União Zoófila com a informação que ficavam com eles: “Foi me sugerido inclusive que eu os pusesse dentro do carro”.
No dia seguinte Cristina voltou ao local para perceber de quem eram os animais, falou com o casal, percebeu a situação e em comunicação com a União Zoófila, ficou acordado que a Violeta seria levada para a associação para ser operada e regressaria quando estivesse recuperada.
A 14 de março Cristina recolheu Violeta para a associação e foi recebida de forma informal, mas confiou. Pediram para tirar fotos aos outros animais do Manuel onde percebeu que havia outra cadela com o mesmo problema que Violeta. Uma semana depois voltou e levou a cadela para a União Zoófila. Supostamente, a cirurgia era feita com donativos feitos para a associação e pediram ajuda através de uma publicação nas redes sociais onde muitas pessoas ficaram sensibilizadas e doaram.
“Não tiveram qualquer urgência em operar os animais” – afirma Cristina Pita indignada pela situação depois de pressionar a associação para a entrega das cadelas aos donos e o seu pedido ter sido negado: “Elas não saem daqui para lado nenhum se quiser chame a policia.”
“Se há evidências de uma possibilidade de haver maus tratos são as autoridades que têm de o determinar” – Provedor do animais Nuno Paixão afirma que deve ser o SEPNA a avançar nestes casos e ainda que esta situação indica que o Estado “salta fora de muitas das suas próprias responsabilidades“.
A União Zoófila é, como tem sido referido, a instituição que está aqui em causa… e devo dizer que, todas as histórias têm, pelo menos, dois lados. Por isso mesmo, a instituição foi contactada para que participasse, desde o início, na emissão, para que fosse exercido o contraditório em circunstâncias análogas às dos denunciantes.
No entanto, esclareceu Hernâni Carvalho, ” a União Zoófila recusou o convite, argumentando que, devido ao contexto das festividades da Páscoa, não ter disponibilidade de tempo. Nesse contexto, enviou os esclarecimentos por escrito” que foram lidos em direto.
Manuel não ficou ofendido com o pedido de Cristina nas redes sociais e autorizou os animais a serem operados: ”Sempre na boa-fé que mos devolviam completamente curados”
Houve uma queixa na GNR e Manuel comprometeu-se a arranjar o canil improvisado e a criar condições melhores para os animais estarem.
Manuel emociona-se ao recordar o seu animal de companhia, “Não é uma pessoa mas era como se fosse” e tem esperança que regresse “Sim, tem que regressar”.